sexta-feira, 28 de junho de 2013

O que Jesus curou? (João 9)



Jesus andava por Jerusalém quando seus discípulos decidiram interrogá-lo a respeito de uma tradição que eles tinham a respeito das consequências do pecado ( “Mestre, quem pecou: este homem ou seus pais, para que ele nascesse cego?” v.2), Jesus então, preocupado com o ensino verdadeiro a respeito das coisas do Pai lhes faz uma afirmação que vai contra toda a crença da época: “Nem ele nem seus pais pecaram, mas isto aconteceu para que a obra de Deus se manifestasse na vida dele (v.3). Ora, o que estava explícito para qualquer cidadão na época é que a cegueira era uma maldição, ou seja, um sinal de juízo e não da glória de Deus. Jesus não apenas fala a seus discípulos como demonstra que suas palavras eram verdadeiras, pois nenhum profeta, mesmo Elias, havia curado um cego de nascença antes.
Jesus curou o cego de nascença (Jo 9.1-7), este homem anunciou sua cura para muitas pessoas e surpreendeu a todos, a ponto de haver quem dissesse que não era o mesmo homem, mas alguém muito parecido com ele. Ele porém dizia: “Sou eu mesmo” (v.9)
Ele então foi chamado pelos fariseus e interrogado pelos mesmos. O interessante nesse interrogatório foi que os fariseus não deram atenção ao fato de que pela primeira vez na história um cego de nascença havia sido curado, mas sua atenção voltou-se ao fato de que esta cura foi efetuada no sábado e tal não poderia ocorrer, ou seja, em suas mentes não importava a cura, mas o dia em que foi feita.
O homem não deu importância ao julgamento dos fariseus pois não se situava mais sob a autoridade dos mesmos, ele agora deixou de pertencer à religião deles e pertencia a Jesus. Depois de ser interrogado e de atestarem que não poderiam convencê-lo de suas suposições eles então chamam seus pais, que, com medo dos fariseus (as pessoas comuns sempre têm medo dos poderosos por não ter noção da força que o povo unido tem) desviam de si a responsabilidade dos atos de seu filho, se bem que o filho em questão era um homem com mais de trinta anos. Eles então chamam de volta o homem que antes fora cego, e, depois de uma longa entrevista o homem dá uma má resposta aos seus inquisidores: “Eu já lhes disse, e vocês não me deram ouvidos. Por que querem ouvir outra vez? Acaso vocês também querem ser discípulos dele?” (v.27). Os judeus odiavam tanto a Jesus que alem de não atentarem para a cura não atentaram ao fato de que Jesus estava cumprindo toda a lei de Moisés e todos os profetas com todo o seu ministério, porém eles não tinham mais o que fazer para convencer aquele homem, eles então o expulsam, e, antes que o mesmo pudesse tomar uma distância segura Jesus o encontra.
O homem não sabia quem e nem como era Jesus, ao encontrá-lo ele conversa com Jesus sem saber diante de quem ele estava, ao saber ele adorou (essa é a atitude que inevitavelmente tem quem vê quem realmente Jesus é).
Os fariseus por outro lado sentindo-se ofendido com as palavras de Jesus (“Eu vim a este mundo para julgamento, a fim de que os cegos vejam e os que vêem se tornem cegos” v.39) o interrogam na esperança de um pedido de desculpas (“Acaso nós também somos cegos?” v.40), mas o que eles tem é uma afirmação direta (“Se vocês fossem cegos, não seriam culpados de pecado; mas agora que dizem que podem ver, a culpa de vocês permanece.” v.41).
Sendo assim, a perguntado titulo permanece: o que Jesus cura?
Jesus curou a cegueira espiritual do homem, ele que não sabia nada a respeito de si mesmo e a respeito de Jesus agora é liberto da escuridão em que vivia e pode ver quem é Jesus. Os fariseus por outro lado apesar da visão física não podiam ver nada do que realmente era,não conseguiram ver o milagre da cura de um cego de nascença porque sua atenção estava somente no fato de que um homem estava desobedecendo a lei (?), eles não conseguiram ver que Jesus havia mostrado que Deus se preocupa com o bem do homem e não exatamente em estabelecer juízo para todos, não conseguiram ver que deveriam servir ao Pai amoroso ao invés do deus condenador.

Que Deus nos abençoe e nos leve a servi-lo e contemplá-lo.