sexta-feira, 28 de junho de 2013

O que Jesus curou? (João 9)



Jesus andava por Jerusalém quando seus discípulos decidiram interrogá-lo a respeito de uma tradição que eles tinham a respeito das consequências do pecado ( “Mestre, quem pecou: este homem ou seus pais, para que ele nascesse cego?” v.2), Jesus então, preocupado com o ensino verdadeiro a respeito das coisas do Pai lhes faz uma afirmação que vai contra toda a crença da época: “Nem ele nem seus pais pecaram, mas isto aconteceu para que a obra de Deus se manifestasse na vida dele (v.3). Ora, o que estava explícito para qualquer cidadão na época é que a cegueira era uma maldição, ou seja, um sinal de juízo e não da glória de Deus. Jesus não apenas fala a seus discípulos como demonstra que suas palavras eram verdadeiras, pois nenhum profeta, mesmo Elias, havia curado um cego de nascença antes.
Jesus curou o cego de nascença (Jo 9.1-7), este homem anunciou sua cura para muitas pessoas e surpreendeu a todos, a ponto de haver quem dissesse que não era o mesmo homem, mas alguém muito parecido com ele. Ele porém dizia: “Sou eu mesmo” (v.9)
Ele então foi chamado pelos fariseus e interrogado pelos mesmos. O interessante nesse interrogatório foi que os fariseus não deram atenção ao fato de que pela primeira vez na história um cego de nascença havia sido curado, mas sua atenção voltou-se ao fato de que esta cura foi efetuada no sábado e tal não poderia ocorrer, ou seja, em suas mentes não importava a cura, mas o dia em que foi feita.
O homem não deu importância ao julgamento dos fariseus pois não se situava mais sob a autoridade dos mesmos, ele agora deixou de pertencer à religião deles e pertencia a Jesus. Depois de ser interrogado e de atestarem que não poderiam convencê-lo de suas suposições eles então chamam seus pais, que, com medo dos fariseus (as pessoas comuns sempre têm medo dos poderosos por não ter noção da força que o povo unido tem) desviam de si a responsabilidade dos atos de seu filho, se bem que o filho em questão era um homem com mais de trinta anos. Eles então chamam de volta o homem que antes fora cego, e, depois de uma longa entrevista o homem dá uma má resposta aos seus inquisidores: “Eu já lhes disse, e vocês não me deram ouvidos. Por que querem ouvir outra vez? Acaso vocês também querem ser discípulos dele?” (v.27). Os judeus odiavam tanto a Jesus que alem de não atentarem para a cura não atentaram ao fato de que Jesus estava cumprindo toda a lei de Moisés e todos os profetas com todo o seu ministério, porém eles não tinham mais o que fazer para convencer aquele homem, eles então o expulsam, e, antes que o mesmo pudesse tomar uma distância segura Jesus o encontra.
O homem não sabia quem e nem como era Jesus, ao encontrá-lo ele conversa com Jesus sem saber diante de quem ele estava, ao saber ele adorou (essa é a atitude que inevitavelmente tem quem vê quem realmente Jesus é).
Os fariseus por outro lado sentindo-se ofendido com as palavras de Jesus (“Eu vim a este mundo para julgamento, a fim de que os cegos vejam e os que vêem se tornem cegos” v.39) o interrogam na esperança de um pedido de desculpas (“Acaso nós também somos cegos?” v.40), mas o que eles tem é uma afirmação direta (“Se vocês fossem cegos, não seriam culpados de pecado; mas agora que dizem que podem ver, a culpa de vocês permanece.” v.41).
Sendo assim, a perguntado titulo permanece: o que Jesus cura?
Jesus curou a cegueira espiritual do homem, ele que não sabia nada a respeito de si mesmo e a respeito de Jesus agora é liberto da escuridão em que vivia e pode ver quem é Jesus. Os fariseus por outro lado apesar da visão física não podiam ver nada do que realmente era,não conseguiram ver o milagre da cura de um cego de nascença porque sua atenção estava somente no fato de que um homem estava desobedecendo a lei (?), eles não conseguiram ver que Jesus havia mostrado que Deus se preocupa com o bem do homem e não exatamente em estabelecer juízo para todos, não conseguiram ver que deveriam servir ao Pai amoroso ao invés do deus condenador.

Que Deus nos abençoe e nos leve a servi-lo e contemplá-lo.

terça-feira, 28 de maio de 2013

O Início das Preocupações

João 16.16-18

 “Mais um pouco e já não me verão; um pouco mais, e me verão de novo”.
 Alguns dos seus discípulos disseram uns aos outros: “O que ele quer dizer com isso: ‘Mais um pouco e não me verão’; e ‘um pouco mais e me verão de novo’, e ‘porque vou para o Pai’?”  E perguntavam: “Que quer dizer ‘um pouco mais’? Não entendemos o que ele está dizendo”.

Jesus está diante do inicio da preocupação dos discípulos, eles que até agora tinham estado de certa forma atribulados com várias coisas, mas, estavam (de algum jeito) tranqüilos porque Jesus estava com eles. A (real) preocupação deles começou quando Jesus anunciou sua partida, ele diz que vai deixá-los e isso deve ter causado assombro para os discípulos.
Jesus os confortou com a promessa do Espírito Santo, e, feito isso, passou a falar sobre sua ausência e porque isso seria bom para os discípulos, Jesus é o supremo bem e tudo que ele fez e continua fazendo é para o nosso bem, mesmo que ocasionalmente e temporariamente seja algo que não nos cause prazer.
A verdade é que da parte de Deus e o que depende de Deus está tudo bom e perfeito, Deus sempre sabe o que fazer e de fato ele faz o que precisa ser feito no tempo que precisa ser feito.
Por outro lado há um problema grave, pois os discípulos (assim como nós) não entenderam o que ele dizia a eles, eles não compreenderam nem o sentido da morte de Jesus e muito menos o bem que lhes faria a vinda do Espírito Santo. Eles não compreenderam que para que os nossos pecados fossem cravados na cruz Jesus também precisaria ser cravado nela, eles não entenderam que Jesus veio com uma missão que deveria terminar com sua morte e conseqüente ressurreição, enfim, eles não compreenderam nada a respeito da morte de Jesus e muito menos sobre como seria a vinda do Espírito Santo.
A falta de entendimento dos discípulos causou neles o que causa em qualquer ser humano: eles começaram a reclamar e murmurar e provavelmente pensaram que Jesus é quem não estava compreendendo as coisas.
Penso que algum dos discípulos estivesse até com a intenção de ir dar um toque em Jesus pra explicar que a morte é o fim de tudo, que quando alguém morre não faz mais nada. Eles talvez pensassem que o entendimento de Jesus não estivesse tão esclarecido mais, que Jesus não estivesse com suas capacidades tão certas mais.
Na verdade somos assim com o que não entendemos, temos esse problema de não ver nossa incapacidade, de pensar que o outro é quem não está raciocinando bem. Jesus por outro lado está muito acima de nós, em Isaías 55 Deus diz ao profeta que os seus caminhos não são os nossos caminhos e nem os seus pensamentos são os nossos pensamentos, pois ambos estão muito acima do que qualquer pessoa possa almejar ou conquistar.
Os discípulos estavam vendo isso na prática, pois Jesus estava ali ensinando e dizendo coisas que eles precisavam ouvir, que os ajudaria no tempo que estava chegando. Na verdade as coisas não devem ser fáceis para quem quer seguir a Cristo, porque seguir a Cristo é sempre andar na contra-mão, é ir contra coisas que o mundo acha normal, é recusar fazer o que não é certo mesmo quando o mundo inteiro estiver fazendo, é dizer não quando todos dizem sim, etc.
Jesus estava ali falando para eles enquanto eles não queriam acreditar no que estavam ouvindo. Eles obviamente esperavam que Jesus ficasse ali e instituísse algo (a Igreja Pentecostal de Jesus?), que continuasse com eles até ficar velhinho e morrer farto de dias. Eles não queriam estar numa sociedade que os odiasse sem a proteção de Jesus.
Mas Jesus vê mais longe que nós e consegue manter firme o olhar para que aquilo que ele designou desde o principio. Era necessário que ele os deixasse por um tempo, era necessário que eles passassem algumas dificuldades (prisão, açoites, humilhações a nível social, cultural e psicológico, etc.) para amadurecerem.
Cristãos sofrem hoje em dia, qualquer que quiser carregar a cruz de Cristo de verdade terá que sofrer muitas coisas, mas há de se reconhecer que aqueles crentes sofreram um pouco mais. Há de se reconhecer também que não podemos comparar qualquer dificuldade da vida que temos com a glória da nova Jerusalém, assim como não podemos reclamar de qualquer dificuldade visto que a cruz foi uma dificuldade um pouco maior...

Que Deus nos abençoe para que reconheçamos sua grandeza, tanto o seu conhecimento e sabedoria como a obra que ele vai realizar.

VOCÊ SABIA QUE DEUS ORDENA QUE VOCÊ SEJA FELIZ?


Servi ao SENHOR com alegria. Salmos 100.2

Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração. Salmos 37.4


A melhor notícia do mundo é que não existe conflito entre a maior felicidade que você pode ter e a perfeita santidade de Deus. Estar satisfeito com tudo o que Deus é, por meio de Jesus, magnifica-O como o maior tesouro e, ao mesmo tempo, traz para você a maior alegria — alegria eterna e infinita — maior do que qualquer outra felicidade que você possa ter.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Nunca é Correto Ficar Irado contra Deus


por John Piper
Recentemente, disse estas palavras a um grupo de centenas de pessoas: “Nunca, nunca, nunca é correto ficar irado contra Deus”. Houve uma feição de incredulidade em muitos rostos. Muitas pessoas não aceitavam tais palavras. É evidente que não concordavam com tal afirmação.
Obviamente, alguns me compreendiam, outros pareciam confusos. Desde então, tenho pensado muito sobre aqueles olhares perplexos. Que pressuposições tornaram esta afirmação difícil de ser aceita? Para mim, nada poderia ser tão óbvio. Mas, por que ela parece tão confusa para outros?
Existem duas pressuposições que podem ser comuns para muitas pessoas de nossos dias, duas pressuposições que fazem tais pessoas recuar diante de minha afirmação.
Primeira, muitos pressupõem que sentimentos não são certos nem errados; são neutros. Por isso, dizer que a ira (quer seja contra Deus ou contra qualquer pessoa) não é correta assemelha-se a dizer que espirrar não é correto. Você não coloca o rótulo de “certo” ou “errado” em espirrar. É algo que apenas acontece com você. Essa é a maneira como muitas pessoas pensam sobre os sentimentos: eles apenas acontecem com você. Por conseguinte, não são morais ou imorais; são neutros. Assim, eu dizer que nunca é correto ficar irado contra Deus equivale a colocar o sentimento de ira em uma categoria à qual ele não pertence — a categoria moral.
Este tipo de pensamento sobre os sentimentos é uma das razões por que existe tanta superficialidade no cristianismo. Pensamos que somente atos de reflexão e volição têm relevância moral, neste mundo. E achamos que sentimentos como desejo, deleite, frustração e ira são sentimentos involuntários, que irrompem em nossa alma sem relevância moral. Não nos admiramos com o fato de que muitas pessoas não buscam serem transformadas em seus sentimentos, mas apenas nas “escolhas”. Isso produz um crente superficial.
Esta pressuposição é contrária ao ensino da Bíblia. Na Bíblia, muitos sentimentos são considerados moralmente bons ou maus. O que os torna bons ou maus é a maneira como eles se relacionam com Deus. Se mostram que Deus é verdadeiro e precioso, os sentimentos são bons. Se sugerem que Deus é mau, falso ou tolo, tais sentimentos são maus. Por exemplo, o deleitar-se no Senhor não é neutro, visto que é recomendado (Sl 37.4). Portanto, é bom. Mas deleitar-se com a injustiça é errado (2Ts 2.12), porque significa que o pecado é mais desejável do que Deus, e isto não é verdade.
O mesmo é verdade a respeito da ira. A ira demonstrada em relação ao pecado é boa (Mc 3.5), mas a ira dirigida contra a bondade é pecado. Essa é a razão por que nunca é correto ficar irado contra Deus. Ele é sempre e tão-somente bom, não importa quão estranhos e dolorosos pareçam os caminhos dEle para conosco. A ira dirigida contra Deus significa que Ele é mau, fraco, cruel e tolo. Nada disso é verdade e isso desonra a Ele. Quando Jonas e Jó ficaram irados contra Deus, Jonas foi repreendido por Deus (Jn 4.9), e Jó se arrependeu no pó e na cinza (Jó 42.6).
A segunda pressuposição que pode levar muitas pessoas a tropeçarem na afirmação de não ser correto ficar irado contra Deus é a pressuposição de que Deus realmente faz coisas que nos dão motivo para ficarmos aborrecidos com Ele. Mas, embora a providência de Deus pareça bastante dolorosa, devemos crer que Ele é bom, e não ficarmos irados contra Ele. Isso seria semelhante a ficarmos irados contra o cirurgião que nos opera. Tal ira seria correta, se o cirurgião se enganasse e cometesse um erro. Mas Deus nunca se engana.
Tenho aprendido, com o passar dos anos, que, se uma pessoa pergunta: “É correto ficar irado contra Deus?”, ela pode estar querendo perguntar outra coisa bem diferente. Talvez esteja querendo dizer: “É correto expressar ira contra Deus?” Estas perguntas não significam a mesma coisa, e a resposta nem sempre é a mesma.
Este tipo de pergunta geralmente surge em tempos de perdas e grandes sofrimentos. A doença ameaça desfazer todos os seus sonhos. A morte toma um filho precioso da família. Um divórcio ou um abandono completamente inesperados abala os alicerces de seu mundo. Nestas ocasiões, as pessoas são capazes de se irarem bastante contra Deus.
Isto é correto? Para responder esta pergunta, podemos, talvez, questionar as pessoas iradas: é correto sempre ficar irado contra Deus? Em outras palavras, uma pessoa pode sentir-se irada contra Deus por qualquer motivo e ainda estar correta? Foi correto, por exemplo, Jonas irar-se contra a misericórdia de Deus para com Nínive? “Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez. Com isso, desgostou-se Jonas extremamente e ficou irado” (Jn 3.10-4.1). Imagino que a resposta é “não”. Não devemos ficar irados contra Deus por simplesmente qualquer razão.
Todavia, perguntamos: que atos de Deus nos dariam o direito de ficarmos irados contra Ele, e quais atos não nos dariam este direito? Isto é difícil de responder. A verdade começa a fechar o coração irado.
Que tal respondermos: as coisas que nos desagradam? Estes atos de Deus justificam nossa ira contra Ele? São atos de Deus que nos ferem? “Eu mato e eu faço viver; eu firo e eu saro; e não há quem possa livrar alguém da minha mão” (Dt 32.39). Estes atos nos justificam em dirigir nossa ira contra Deus? Ou é a escolha dEle em permitir que o diabo nos prejudique ou nos aflija? “Disse o Senhor a Satanás: Eis que ele [Jó] está em teu poder; mas poupa-lhe a vida. Então, saiu Satanás da presença do Senhor e feriu a Jó de tumores malignos, desde a planta do pé até ao alto da cabeça” (Jó 2.6-7). A decisão de Deus em permitir que Satanás aflija a nós e a nossos filhos justifica a ira que sentimos contra Ele?
Ou veja a ira por outro lado. O que é a ira? A definição comum é: “Um intenso estado emocional induzido por desprazer”. Mas existe uma ambigüidade nesta definição. Você pode sentir “desprazer” por uma coisa ou por uma pessoa. Ira por uma coisa não contém indignação contra uma decisão ou um ato. Apenas não gostamos dos resultados daquela coisa: a embreagem quebrada, o grão de areia que alojou-se em nosso olho ou a chuva em nosso piquenique. Mas, quando ficamos irados contra uma pessoa, sentimos desprazer na escolha que ela fez ou na atitude que ela praticou. A ira contra uma pessoa sempre implica forte desaprovação. Se você está irado contra mim, acha que eu fiz algo que não deveria ter feito.
Esta é razão por que irar-se contra Deus nunca é correto. É errado — sempre errado — desaprovar a Deus por aquilo que Ele faz e permite. “Não fará justiça o Juiz de toda a terra?” (Gn 18.25). É arrogância de criaturas finitas e pecaminosas desaprovar a Deus por aquilo que Ele faz e permite. Podemos lamentar o sofrimento. Podemos ficar irados contra o pecado e contra Satanás. Mas Deus é sempre correto naquilo que faz e permite. “Ó Senhor Deus, Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos” (Ap 16.7).
Muitos dos que dizem ser correto o irar-se contra Deus realmente querem dizer que é correto expressar a Deus a suaira. Quando eles me ouvem afirmar que é errado ficar irado contra Deus, pensam que isto significa: “Alimente os seus sentimentos e seja hipócrita”. Este não é o significado das minhas palavras. Elas significam que é sempre errado desaprovar a Deus em qualquer de seus juízos.
Se experimentamos a emoção pecaminosa de ira contra Deus, o que devemos fazer? Devemos acrescentar o pecado de hipocrisia ao pecado de ira? Não. Se temos tal sentimento, devemos confessá-lo a Deus. Ele o conhece, de qualquer maneira. Deus vê o nosso coração. Se a ira contra Deus estiver em nosso coração, podemos contar-lhe isso, dizer que sentimos tristeza e pedir-Lhe que nos ajude a remover tal ira, mediante a fé em sua bondade e sabedoria.
Quando Jesus morreu na cruz por nossos pecados, Ele removeu para sempre a ira de Deus, em favor de todos os que crêemnEle. A disposição de Deus para conosco agora é de completa misericórdia, mesmo quando se mostra severa e disciplinadora (Rm 8.1). Portanto, aqueles que confiam em Cristo serão removidos do terrível espectro da ira de Deus. Podemos clamar em agonia: “Deus meu, Deus meu, onde estás?” Mas logo diremos também: “Em tuas mãos, entrego o meu espírito”.
Digo-o novamente: nunca é correto ficar irado contra Deus. Mas, se você cair neste pecado, não o aumente por meio de hipocrisia. Conte a Deus a verdade e arrependa-se.
Extraído do livro:
Penetrado pela Palavra, de John Piper
Copyright: © 
Editora FIEL 2009.
O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.


segunda-feira, 13 de maio de 2013

Jesus Ajuda os Discípulos a Aumentarem a sua Fé



por John Piper
Em Lucas 17.5, os apóstolos pediram ao Senhor que lhes aumentasse a fé. Como Jesus os ajudou nisso? De duas maneiras, nas quais Ele lhes falou a verdade. Mesmo na maneira como Jesus respondeu, Ele mostra como a fé vem pelo ouvir. Conhecer certas coisas pode aumentar nossa fé.
Primeira, Ele fortaleceu a nossa fé por nos dizer (v. 6) que o elemento crucial em realizar grandes coisas, para promover o reino de Deus, não é a quantidadede nossa fé, e sim o poder de Deus. Jesus disse: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá”. Ao se referir ao grão de mostarda, depois de receber um pedido sobre a fé aumentada, o Senhor Jesus desvia a atenção da quantidade da fé para o objeto da fé. Deus move a amoreira. E isso não depende necessariamente da quantidade de nossa fé, e sim do poder, da sabedoria e do amor de Deus. Sabendo isso, somos ajudados a não nos inquietarmos quanto à nossa fé e inspirados a confiar na livre iniciativa e poder de Deus.
Segunda, Jesus ajuda-nos a aumentar a fé por dizer-nos (vv. 7-10) que, ao fazermos tudo quanto nos foi ordenado, ainda somos radicalmente dependentes da graça. Ele nos dá uma ilustração. Talvez você queira ler novamente os versículos 7 a 10. A essência da ilustração é que o senhor de um escravo não se torna devedor deste, quando este realiza muitos trabalhos. O significado é que Deus nunca é nosso devedor. O versículo 10 resume este fato: “Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer”. Somos servos indignos; temos feito somente aquilo que é nosso dever. Sempre somos devedores para com Deus. E nunca seremos capazes de pagar este débito, nem isto é esperado de nós. Sempre seremos dependentes da graça de Deus. Nunca conseguiremos sair de nosso débito para uma condição em que Deus é nosso devedor. “Quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?” (Rm 11.35).
Quando Jesus disse (v. 9) que o senhor não agradeceu ao servo, a palavra “agradecer” é provocante. Creio que a idéia é de que “agradecer” é uma reação à graça. A razão por que o senhor não agradeceu é que o servo não estava dando ao senhor mais do que este merecia. Ele não estava tratando o senhor com graça. Graça significa ser tratado melhor do que merecemos. Isto é o que acontece em nosso relacionamento com Deus. Nunca podemos tratar a Deus com graça. Nunca podemos dar-Lhe mais do que Ele merece. Isto significa que Ele nunca nos deve agradecimentos. Ele nunca nos diz: “Obrigado!” Pelo contrário, Deus está sempre nos dando mais do que merecemos, e sempre Lhe devemos agradecimentos.
Portanto, a lição para nós é que, ao fazermos tudo o que devemos — quando tivermos resolvido todos os problemas da igreja, corrigido todas as atitudes de todos os crentes, mobilizado muitos missionários, amado os pobres, resgatado casamentos, criado filhos piedosos, cumprido todas as promessas que fizemos, honrado todas as responsabilidades de nossos negócios e proclamado com ousadia a Cristo — Deus não nos deve qualquer agradecimento. Pelo contrário, naquele momento nos relacionaremos com Ele como devedores à graça, assim como o fazemos agora.
Isto é um grande encorajamento para a fé. Por quê? Porque significa que Deus é tão livre para abençoar-nos antes de nos mostrarmos eficientes como tambémdepois. Visto que somos servos “inúteis”, antes de fazermos o que devíamos, e “inúteis” depois de havermos feito, é somente a graça que motiva a Deus a ajudar-nos. Por conseguinte, Ele é livre para ajudar-nos antes e depois de O servirmos. Isto é um grande incentivo para confiarmos nEle, a fim de recebermos ajuda, quando não estamos sendo eficientes. E esta confiança é exatamente aquilo que obtém o poder de sermos eficientes.
Portanto, duas coisas aumentam nossa fé.
1. Deus mesmo, e não a quantidade de nossa fé, é o fator decisivo em remover amoreiras do caminho.
2. A graça espontânea é decisiva na maneira como Deus lida conosco antes e depois de havermos feito tudo o que devíamos.
Nunca agimos além de nossa necessidade por graça. Por isso, confiemos em Deus para as grandes coisas com nossa pequena fé e não sejamos paralisados por aquilo que ainda precisa ser feito em nossa vida pessoal, na igreja, em nossa profissão e na causa de missões mundiais.


Extraído do livro:
Penetrado pela Palavra, de John Piper
Copyright: © 
Editora FIEL 2009.
O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.

COISAS SEM LÓGICA...



João 16.12 Tenho ainda muito que lhes dizer, mas vocês não o podem suportar agora.
Uma das coisas que buscamos para compreender algo é a coerência, quando vamos ouvir alguém que nos ensina, o que esta pessoa diz precisa fazer sentido, caso contrário NÃO FAZ SENTIDO ouvir o que a pessoa tem a dizer.
Há muita gente tomando microfone sem estar preparado e com isso há uma imensa confusão em sua fala, seu discurso fica incompreensível e obviamente não há como compreender, e toda compreensão de tal discurso será uma compreensão errada do assunto proposto.
Por outro lado, há o fato de que muitas vezes não estamos à altura no que se refere a quem está falando, com isso julgamos algo como se fosse sem lógica, sendo que, na verdade, não compreendemos o assunto.
Assim era com Jesus, ele falava certas coisas e contava parábolas sobre coisas que não tinham muita lógica, como o homem que plantou um figueira em uma vinha, ou do pastor que larga 99 ovelhas e vai atrás de 1 que se perdeu.
Ainda hoje quando algumas pessoas falam do evangelho ou da bíblia, muitas não entendem algo e julgam que tal coisa é fora de lógica.
Jesus mesmo falou que ele tinha muito que dizer aos discípulos mas eles não podiam entender ainda, ou seja, haveria um tempo em que eles poderiam compreender o que ele tinha pra dizer e o que ele já havia dito, mas até esse tempo chegar eles não entenderiam o que ele tinha pra dizer e o que ele estava dizendo.
Creio que o mesmo vale para nós hoje, muitas coisas que ouvimos e lemos em nossa bíblia não é compreensível ainda, não temos capacidade de compreender muitas coisas, mas todo entendimento que Deus quiser que tivermos, nós teremos um dia. Por enquanto devemos continuar buscando, continuar orando e continuar lendo nossas Bíblias sabendo que Deus nos leva ao entendimento e à ação daquilo que ele quer que façamos...

Natal, festa pagã? O segredo nunca antes revelado!


domingo, 12 de maio de 2013

O TEMPO E OS APRESSADOS



João 16.12-15

“Tenho ainda muito que lhes dizer, mas vocês não o podem suportar agora. Mas quando o Espírito da verdade vier, ele os guiará a toda a verdade. Não falará de si mesmo; falará apenas o que ouvir, e lhes anunciará o que está por vir. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e o tornará conhecido a vocês. Tudo o que pertence ao Pai é meu. Por isso eu disse que o Espírito receberá do que é meu e o tornará conhecido a vocês.
Quem nunca esteve atrasado para algo importante não sabe o que é stress, não falo de uma cerveja com os amigos, falo de casamento, formatura, ou outros casos de “vida ou morte”.
Há também um outro mal dos apressados, a ansiedade, a respeito disso Jesus alertou seus discípulos no sermão da montanha (Não se preocupem com sua própria vida, quanto ao que comer ou beber; nem com seu próprio corpo, quanto ao que vestir. – Mt 6.25).
Os discípulos estavam apressados pelo que eles se tornariam, ou talvez estivessem acomodados em continuar dependendo de Jesus. Para os dois casos Jesus aponta o fato de que o projeto de Deus era para que eles no tempo certos dessem conta da obra, Jesus está apontando para o fato de que em breve eles teriam que dar continuidade ao que Jesus estava iniciando.
Outra coisa para a qual Jesus está apontando é o fato de que isso não depende e nem dependerá da habilidade, carisma ou qualquer outra coisa que os discípulos tivessem neles mesmos, pois quando “o Espírito da verdade vier, ele os guiará a toda a verdade” (v. 13).
Podemos entender que Jesus estava preparando o terreno e, além disso, estava preparando seus discípulos e os confortando com esse fato. Creio e afirmo que os discípulos não encararam com normalidade quando Jesus disse que iria os abandonar para que eles continuassem o que ele começou. Porém, era necessário.
Deus na verdade tem sempre misericórdia de seus filhos e, assim como o Espírito Santo esteve na igreja para cuidar dos discípulos ele ainda está na igreja para cuidar de cada um de nós, nos consolar, nos aconselhar, nos direcionar a cumprir com a vontade de Deus, pois ele sabe que não somos bons o bastante e é exatamente por isso que ele nos acompanha.
Que o Espírito Santo nos de paciência quando estivermos apressados, nos de ânimo quando estivermos acomodados, e cuide de nós assim como cuidou dos discípulos naqueles dias.

sábado, 11 de maio de 2013

Algumas Idéias...




Ao contrário do que muitos pensam o cristianismo verdadeiro não é baseado na idéia de um velho com um raio na mão morando nas nuvens, pronto a soltar o raio na cabeça de quem comete pecado, esse é Zeus e não Deus.
Não é baseado na idéia de um juiz que está julgando as pessoas de acordo com suas ações, como se o mundo fosse dividido entre pessoas boas e pessoas más. Deus vê somente dois tipos de pessoas: redimidas e não-redimidas, porque todas são más.
O cristianismo conforme ã vida do próprio Cristo não exclui pecadores, não coloca pessoas ricas em destaque sobre os pobres, não explora pessoas pobres também, muito pelo contrário, o verdadeiro cristianismo como a bíblia ensina vai ao encontro do pobre e o ajuda no que for preciso.
Deus conforme conhecemos, não é um velho mal-humorado que tem prazer em ver o sofrimento humano, que mata pessoas inocentes todos os dias no mundo todo pra satisfazer seu ego.
Não baseamos a salvação de alguém em suas obras, como se alguém pudesse conseguir a salvação através de boas obras, mas não é aceitável que um cristão seja visto como verdadeiro se ele tem uma vida de pecado.
O cristianismo não é baseado em julgar alguém no sentido de condenar a pessoa ao inferno, mas também não é baseado na idéia de aceitar tudo o que dizem pessoas que tem nome de crente.
Deus não olha para os maus-exemplos na historia do cristianismo e os coloca como corretos, muito pelo contrário, o que é errado permanece como inaceitável ainda que a humanidade toda o faça.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

AQUELE QUE PERMANECE



João 6.60-67
Ao ouvirem isso, muitos dos seus discípulos disseram: “Dura é essa palavra. Quem pode suportá-la?”
Sabendo em seu íntimo que os seus discípulos estavam se queixando do que ouviram, Jesus lhes disse: “Isso os escandaliza? Que acontecerá se vocês virem o Filho do homem subir para onde estava antes? O Espírito dá vida; a carne não produz nada que se aproveite. As palavras que eu lhes disse são espírito e vida. Contudo, há alguns de vocês que não crêem”. Pois Jesus sabia desde o princípio quais deles não criam e quem o iria trair. E prosseguiu: “É por isso que eu lhes disse que ninguém pode vir a mim, a não ser que isto lhe seja dado pelo Pai”.
Daquela hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo.
Jesus perguntou aos Doze: “Vocês também não querem ir?”


Interessante notar que a falta de amor a causa, é algo que está bem presente nos dias atuais. A verdade é também que não há causas boas por aí, levanta-se um movimento e é questão de tempo até que algo seja revelado para que se veja a falta de ética ou de moral e outras coisas que faltam nas causas que existem por aí.
Vê-se pessoas tidas como heróis nacionais sendo desmascaradas e revela-se sua face corrupta logo. Vivemos em um tempo em que alguém diz que está em um partido pode incorrer em defender gente culpada, então logo essa mesma pessoa abandona sua integridade, seu modo de agir ou muda de ideologia.
Como exemplo disso notamos os defensores e acusadores de Cuba, ainda mais com a visita da blogueira Yoani Sanchezz, poucos dias atrás. Logo se vê pessoas apontando coisas boas e outras apontando coisas ruins em Cuba, como se viu os ativistas do PT. A política brasileira tem se resumido basicamente a ativistas do PT defendendo suas causas e ideologia e do outro lado os tucanos e seus aliados enviando e recebendo acusações.
A mesma coisa se vê na disputa entre ativistas gays (que querem a todo custo a aprovação da lei contra a homofobia) e Silas Malafaia e seus aliados que não querem que essa lei passe.
No futebol não é diferente, o jogador defende com garra a camisa do time que ele estiver usando, o jogador do Vasco tem seu passe vendido ao Flamengo, passa então  a se dedicar ao Flamengo, ele não se importa com a camisa que ele estiver usando, não há amor à camisa também.
Interessante que a igreja deveria ser diferente, cristãos deveriam defender a bandeira do evangelho a todo custo, mesmo que isso lhes custasse a vida, mas deixemos claro que a bandeira defendida deve ser a do evangelho e não a do pastor e muito menos a da denominação.
Creio que o pior nisso tudo é a variedade de causas que evangélicos defendem e algumas delas são bem estranhas ao evangelho. Defende-se muito a pessoa (pastores e cantores) e pouca defesa se vê da fé em si. Vejo comentários de gente crente (?) que apóia escarnecedores, e continuo a me perguntar: que bandeira essas pessoas estão defendendo?
Jesus esteve disposto a perder todos os discípulos por não modificar a mensagem, por se manter e defender a integridade da mensagem (Jesus perguntou aos Doze: “Vocês também não querem ir?”). Até onde você está disposto a desfazer do que tem (dinheiro, família, conforto, amigos...) para não maculas a mensagem e ser fiel a ela?

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Que oferta?




O interesse pelo dinheiro do pobre tem sido passado de geração à geração das pessoas que estão no poder. Interessante que é o pobre que tem pouco dinheiro mas tem servido às mesas de muitos poderosos.
Na igreja infelizmente não é diferente, houve quem estivesse na liderança e oprimisse os menos favorecidos em troca de se manter no poder e de riqueza, não foram todos, mas foram muitos. Isso não quer dizer obviamente que a religião é má ou que ela deveria ser extirpada do mundo, é a mesma coisa que acabar com a nação porque todos os governantes foram corruptos.
Não se deve julgar a religião pelos líderes maus que ela possui, mas pelo seu conteúdo e também pela sua proposta, se tanto o seu conteúdo (suas exigências) quando suas propostas estiverem levando seus seguidores à prática de injustiça, pode-se dizer que tal religião é má, caso contrário não.
Sendo assim analisemos a religião cristã. Quem foi o seu fundador? Quais os seus princípios? Qual a sua proposta? Creio que sendo eu um cristão eu possa estar sendo parcial e também pelo fato de não ser alguém com um grau tão elevado no que se refere ao nível teológico e minha análise pode não ser tão profunda quanto deveria ou poderia. Sendo assim, o melhor caminho é basear-se na Bíblia, pois um dos princípios da Reforma Protestante é Sola Scriptura. Este princípio diz que só a Bíblia tem a primazia, ou seja, em qualquer questão a Bíblia deve ser consultada, e em qualquer dúvida a ultima palavra é da Bíblia.
A Bíblia apresenta Jesus como a base para todo o cristianismo, sendo assim deve-se perguntar antes de mais nada: Quem foi Jesus? O que ele fez?
O evangelista João diz no final de seu livro que Jesus fez muitas coisas e se fosse para escrever tudo que ele fez não haveria espaço suficiente para os livros que seriam escritos. Sendo assim, é preciso analisar o que ele fez de uma forma geral. Certa vez João Batista enviou discípulos seus para perguntarem a Jesus se ele era mesmo o Cristo que eles estavam esperando ou se eles deveriam esperar outro. A resposta de Jesus foi para eles olharem o que ele estava fazendo: os cegos vêem, os aleijados andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e as boas novas são pregadas aos pobres (Lc 7.22). A atividade de Jesus constituía basicamente de assistência a quem tinha necessidade, assistência de verdade (não confunda com assistencialismo), ele pregava o que as pessoas precisavam ouvir, ele fazia o que era necessário em cada situação, sendo ele o filho de Deus ele tinha uma lista maior de atribuições, como curar doentes e ressuscitar mortos. É verdade que há muitos aí dizendo que fazem essas coisas, mas prefiro tomar Jesus como exemplo porque quando o examinaram para crucificá-lo não acharam nada que o condenasse, diferente de alguns fazedores de milagres modernos.
Além da atitude correta em relação a cada um Jesus ainda era e é o Filho de Deus. Muitos lembram apenas de sua morte usando um crucifixo no pescoço, outros usam apenas por usar sem se dar conta do significado. Mas mesmo os que usam por lembrarem da morte de Jesus se esquecem de olhar para Jesus vivo, o mesmo que andou entre os homens por 30 anos, que teve um ministério de 3 anos baseado na doação de si mesmo. É bom lembrar essas coisas, porque a atitude que Jesus quer de nós ele ensinou enquanto estava vivo e não depois de sua morte.
Qual a oferta então que é aceitável de nossa parte? Jesus quando falou de ser entregue às autoridades e morrer ele foi interrompido por Pedro que disse que morreria por ele, Jesus então condena a atitude de Pedro porque este não tinha entendido o que Jesus queria, sendo assim a pergunta permanece: qual a oferta que devemos dar a Deus? A resposta é: a própria vida em favor de Sua causa. Jesus não queria que Pedro morresse por ele, mas queria que ele desse sua vida pelo povo. Hoje podemos dar nossa vida pelo nosso próximo também, é uma oportunidade que cada um tem, é uma possibilidade que ainda existe.
A doação de si mesmo não deve se resumir a 10% do salário no cofre da igreja, deve ser muito mais, esta oferta não se refere apenas a dinheiro, se refere a entender que nossa vida e tudo que possuímos pertence a Deus e que o mínimo que podemos fazer é tudo que estiver a nosso alcance. Que Deus nos leve a doar cada vez mais do que temos (inclusive tempo).

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Duas Limpezas



João 15.3-4

3 Vocês já estão limpos, pela palavra que lhes tenho falado. 4 Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim.

Hoje em dia as coisas estão muito diferentes do que era a 20 anos atrás, se for comparar com a época da onda hippie vão ser notadas muitas outras diferenças. Se for comparar com os tempos em que Jesus estava na terra nem se fala.
A realidade é tão diferente que para ler a bíblia e ter um aprendizado verdadeiro é necessário ter um pouco de conhecimento de contexto, para não falar besteira em uma interpretação literal dos fatos e ensinamentos.
A verdade é que também não podemos jogar a Bíblia de lado como um livro velho e sem utilidade, é preciso reconhecer que conceitos morais como amor, respeito, honestidade, companheirismo e tudo mais que se refira a comunidade se encontram na Bíblia.
Jesus objetivou duas coisas basicamente com seus discípulos e com a comunidade que viria a seguir: novo nascimento e crescimento. É claro que alguém que nasce, se tiver saúde, irá crescer, é por isso que a vida que Jesus oferece é de desenvolvimento.
Usando uma linguagem mais “crente” um pouco eu diria que isso é conversão e santificação. Duas coisas que precisam urgentemente andar juntas.
O objetivo de Jesus para toda pessoa que esta com ele é que essa pessoa dê fruto. Para isso que Jesus (o próprio) concede o Espírito Santo a todo que se aproxima dele. ele ainda diz que só pode dar fruto quem permanece com ele. É como um contrato onde ele tem o compromisso de fazer o melhor dele

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Jesus vai a igreja...




Foi um encontro inusitado. Jesus estava passeando pelas ruas de Brasília, passou pela rodoviária do Plano, aquela multidão, ninguém o reconheceu. Viu um jovem a passos largos, bíblia embaixo do braço, se aproximou:

- Olá rapaz! Jesus aborda o jovem que apressa ainda mais o passo.

- Olá moço. Desculpe, estou com pressa. O jovem demonstrou desgosto pela interrupção do estranho.

- Tudo bem, eu que me desculpo pela interrupção. Jesus conhecia os seus pensamentos. Você está indo a algum lugar especial?

- Estou indo para a igreja!

- Indo à igreja?

- É! Frequento a Igreja Pentecostal dos Milagres de Jesus... Pô, eu estou com pressa, o culto já começou, dá para dar licença. O jovem quase começa a correr, tentando se esquivar daquela situação desagradável com o estranho. Alguém que aborda o outro na rua, não deve ter boas intenções.

- Igreja Pente... (imagine a cara de Jesus nesse momento). Posso ir com você?
- Ãããã... Vamos, não tem problema. Mas ai se alguém perguntar você fala que frequenta a minha célula.
- ...

Já na entrada do templo ambos são recebidos por um diácono que prontamente indica um local com cadeiras vazias.

- Quem é? Jesus pergunta apontando o diácono com a cabeça.

- É o Diácono Manoel.

- Ahhhh. Ele que cuida dos pobres e zela para que na igreja não tenha nenhum necessitado?

- Hein???? O Manoel? Ele é diácono, não a Madre Tereza. Fica quieto senão ele vem aqui. Pô, nunca veio em uma igreja não? Senta ai...

- Na verdade ir a igreja é um conceito novo para mim, sempre preferei fazer parte do Corpo. Mas e você, como anda sua vida? O que...

- Psssssiiiuuu. O jovem interrompe bruscamente a conversa. Fica quieto ai! O pastor tá pregando lá, tá vendo não?

- Mas, aqui não é a igreja? O local onde se reúnem os filhos de Deus? Onde a família do Pai celestial se junta em um só coração, compartilham suas vidas necessidades, se ajudam mutuamente?

- Cara, de que planeta você veio hein??? Aqui é igreja, tá viajando? A gente vem, escuta a palavra, dá a oferta e vai embora. O jovem acha graça daquele estranho, com idéia totalmente novas e desconhecidas.

- Mas e quando vocês conversam?

- No fim do culto ué! Caaara, vou acabar com problemas por causa dessa conversa. Sou aspirante e o Manoel tá me filmando lá da porta.

- Então quando acaba o culto é que a igreja se relaciona? O culto não é o momento no qual o meu ... o Corpo de Cristo manifesta a graça do Espirito? Um tem salmo, outro ensino, outro revelação... e todos falam para edificação mútua?

- Vééééiiii. De onde você tira essas idéias malucas? Para você falar algo tem que ter 12 discípulos, ai se candidata a aspirante. Quando for promovido a oficial pode falar na célula. Meu, pelo menos fala que é da minha célula viu?? Você já me queimou mesmo com essa falação toda. Se ficar de boa eu te levo para conhecer meu líder, aí você fala essas paradas com ele.

- Então, na célula vocês compartilham suas necessidades, dons e graça do Espírito?

- Não rapá, a célula é para ganhar mais pessoas para Jesus!!!!

- Ganhar... para Jesus? E depois, o que fazem com quem vocês dizem que ganharam?

- A gente põe eles para abrir novas células, lógico!

- Entendo, foi bom falar contigo. Jesus se levanta no meio da palavra e estende a mão ao jovem.

- Ué não vai assistir o culto?

- Não, obrigado, não sou muito de assistir... vou lá fora cultuar.

O jovem fica triste, pois Jesus saiu antes do apelo e ele viu que perdeu a oportunidade de levar mais um para sua célula. Após o término do culto, a caminho da rodoviária do Plano ele vê Jesus, sentado, cercado de pessoas de má indole, conversando alegremente. Não consegue se segurar:

- Owwww, você não disse que ia sair da igreja para cultuar??? O que está fazendo então cercado desses mundanos pecadores????

Não leve essa história herética a sério. Todos nós sabemos que para Jesus o que fazemos não é novidade!

Eu Sou




João 8.57-59

57 Disseram-lhe os judeus: “Você ainda não tem cinqüenta anos, e viu Abraão?”
58 Respondeu Jesus: “Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou!” 59 Então eles apanharam pedras para apedrejá-lo, mas Jesus escondeu-se e saiu do templo.
As pessoas vivem baseadas em valores que elas entendem ser maiores ou melhores. A gente se deixa levar por idéias em que acreditamos, e se não cuidamos com o que ouvimos levamos uma vida ordinária e abaixo do que deveria ser, muita gente tem vivido assim.
Criamos heróis, pensamos em pessoas famosas como sendo exemplos a serem seguidos, mesmo que sejam maus exemplos. Recentemente contei a um fã do Matanza que Jimmy London não bebe, ele trabalha muito e não dá tempo. É interessante ver a reação da pessoa, o herói que ela imaginava não era alguém certo, que trabalha, que paga as contas e que é responsável. Ele esperava um estilo de vida como se ouve nas músicas da banda, alguém que bebe, fuma, briga, etc. em uma entrevista, o Gigante Holandês disse que não vai viver como os outros querem.
As pessoas famosas estão sempre se defendendo porque precisam passar uma boa impressão, precisam ser exemplo, são os heróis modernos. Muita gente ganha dinheiro explorando a vida de pessoas famosas exatamente por isso.
Jesus era uma espécie de astro para as pessoas que o seguiam, mas ele não fazia nada por causa do que os outros iriam pensar, ele agia dentro do que ele acreditava ser certo, ensinava as pessoas a partir desta perspectiva.
Ele também enfrentou muitas situações em que sua autoridade foi questionada e conseqüentemente ele se via dentro de uma situação difícil. O mais interessante é a sabedoria com a qual ele se saía em cada uma delas.
Os fariseus o questionaram sobre sua autoridade em muitas ocasiões, Jesus se defende em uma ocasião com uma resposta muito simples e que expressa muito do que ele espera de nós também. A expressão que ele usa é: EU SOU!
Interessante que é exatamente isso que ele sempre mostrou a seus seguidores, Jesus não veio na terra para que víssemos o que ele faz ou o que ele sabe a respeito das coisas, ele não estava interessado em mostrara alguma habilidade especial (mesmo possuindo toda habilidade possível, já que ele é Deus).
O que se vê hoje é que as pessoas querem mostrar do que são capazes, muitos recordes são quebrados todos os anos porque alguém sempre está fazendo uma  façanha que ninguém fez. Muitas pessoas morrem tentando fazer façanhas também, muitos morrem tentando quebrar o próprio Record (particularmente acho isso uma idiotice).
Voltando a Jesus, sua resposta é o que Jesus veio fazer aqui, a despeito de sua vinda e encarnação a sua intenção foi mostrar quem ele é, mostrar o ser de Deus. É isso também que Jesus espera de nós, antes de fazer grandes coisas, precisamos ser cristãos, ser como ele foi, deixar que nossas atitudes brotem a partir de quem somos, não o contrário, “Eu Sou” expressa a intenção de Deus em formar um grupo de 12 discípulos que estivessem com ele.
Basta notar seu chamado a Pedro (Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens), Jesus o chama não para pescar homens, mas Jesus o chama para torná-lo em um pescador. Jesus espera que façamos, disso não tenho duvidas, mas ele espera antes que sejamos.
Que Jesus nos abençoe que valorizemos antes o ser do que o fazer.

Os Outros



 

João 8.52-56

52 Diante disso, os judeus exclamaram: “Agora sabemos que você está endemoninhado! Abraão morreu, bem como os profetas, mas você diz que se alguém obedecer à sua palavra, nunca experimentará a morte. 53 Você é maior do que o nosso pai Abraão? Ele morreu, bem como os profetas. Quem você pensa que é?”
54 Respondeu Jesus: “Se glorifico a mim mesmo, a minha glória nada significa. Meu Pai, que vocês dizem ser o seu Deus, é quem me glorifica. 55 Vocês não o conhecem, mas eu o conheço. Se eu dissesse que não o conheço, seria mentiroso como vocês, mas eu de fato o conheço e obedeço à sua palavra. 56 Abraão, pai de vocês, regozijou-se porque veria o meu dia; ele o viu e alegrou-se”.
Jesus está sempre nos chamando a andar com ele, este chamado não é pra ter riquezas ou qualquer das coisas dessa vida que temos aqui, tanto que a vida eterna não deve ser confundida com a imortalidade física.
Jesus diz em João 8.51 “se alguém obedecer à minha palavra, jamais verá a morte”
Ele não estava dizendo que quem crer nele não vai morrer no sentido físico, seu convite não é para se tornar um “highlander”, quem crê em Jesus não fica imune a morte, mas ultrapassa a vida.
Difícil compreender e nem tão fácil de aceitar, mas não há outro modo de entender isso a não ser andar com Jesus e perguntar a ele. Sua afirmação é também um convite à nova vida.
Para um convite só há duas reações possíveis, aceitar ou não aceitar, é incrível como há pessoas que quando vê algo que não entende e logicamente não concorda (difícil concordar com algo que não entendemos), bate de frente ao invés de questionar e buscar entender melhor, ao receber o convite feito por Jesus, os fariseus geralmente têm esse tipo de reação.
A mentalidade farisaica está muito presente nos dias atuais (Você é maior do que o nosso pai Abraão?), são pessoas que não entendem as coisas e não buscam entender, dão lugar a discórdia, preferem satisfação própria em coisas que dão aparência de santidade.
Pessoas que aderem a esse tipo de religiosidade não conseguem argumentos para discutir algum assunto, sendo assim fazem todo tipo de acusação (Agora sabemos que você está endemoninhado!). É interessante porque Jesus não exclui tais pessoas do seu chamado (venham a mim, todos...), ele direciona suas palavras a todas as pessoas, a necessidade de salvação não é diferente para ninguém.
Jesus é diferente de nós em muitas coisas, ele entende de forma bem prática o conceito de viver para a glória de Deus (Se glorifico a mim mesmo, a minha glória nada significa), e é precisamente por causa disso que a glória de Deus brilha em Jesus (glória como do Unigênito vindo do Pai).
Ele não somente faz a vontade de Deus, mas conhece a Deus. Me pergunto muitas vezes se Jesus andaria comigo, se ele teria prazer em minha companhia, olho ao redor e penso nisso também, você já pensou nisso? Será que Jesus te chamaria para andar com ele?
Interessante notar que Jesus chamou doze pessoas que não tinham importância na sociedade de seu tempo, quem ele chamaria hoje? Algum filho de um grande pregador? Jesus chamaria algum grande pregador de nossa época?
Estamos agindo e deixando em nosso rastro marcas boas? O que temos feito de nossa vida para que tenhamos notoriedade para Deus? Temos trabalhado por qual recompensa?
A vida eterna permanece como um convite feito por Jesus, nossa reação precisa ser como a dos grandes homens do passado (Abraão, pai de vocês, regozijou-se porque veria o meu dia; ele o viu e alegrou-se). Muitos tem coragem para sair na rua com uma camiseta com estampa de uma banda que gosta - falo por experiência própria – mas temos coragem de aceitar e levar adiante a vida eterna que Jesus oferece?
É preciso lembrar que esse tipo de vida carrega muito mais dificuldades do que o preconceito pelo estilo de vida que as pessoas têm sobre nós. A dificuldade em ser cristão está em lidar com erros e falhas constantes, em pregar contra o pecado sabendo que você também é pecador, é encarar todos para defender alguém que você pessoalmente nunca viu (Meu Pai, que vocês dizem ser o seu Deus), você está disposto? Tem coragem?
Minha oração é que tenhamos coragem de encarar quem for para tornar a glória de Deus em algo palpável (e vimos a sua glória...). Que possamos ser como os discípulos que deixando tudo, passaram a seguir Jesus e que não sejamos como os outros que o rejeitaram.

Entrevista com segundas intenções



João 9.18-23

18 Os judeus não acreditaram que ele fora cego e havia sido curado enquanto não mandaram buscar os seus pais. 19 Então perguntaram: “É este o seu filho, o qual vocês dizem que nasceu cego? Como ele pode ver agora?”
20 Responderam os pais: “Sabemos que ele é nosso filho e que nasceu cego. 21 Mas não sabemos como ele pode ver agora ou quem lhe abriu os olhos. Perguntem a ele. Idade ele tem; falará por si mesmo”. 22 Seus pais disseram isso porque tinham medo dos judeus, pois estes já haviam decidido que, se alguém confessasse que Jesus era o Cristo, seria expulso da sinagoga. 23 Foi por isso que seus pais disseram: “Idade ele tem; perguntem a ele”.

Os fariseus recebem a designação de judeus agora, afinal estavam indo contra o mesmo inimigo de toda a classe dominante, sendo assim, são identificados com esta mesma classe.
Assim como hoje em dia, eles não enfrentam seu adversário de frente, antes usam de covardia, já haviam testado o cego, mas sem sucesso, então resolvem levar seus pais, que eram pessoas mais simples e bem menos corajosas, uma vez que não estavam livres do sistema injusto, pelo contrário, eram dependentes dele, não conheciam outra saída, assim é hoje em dia, o povo aceita a opressão por falta de alternativa, não vêem e não procuram ver outra saída, sendo assim, é mais fácil se acomodar e ceder sempre que possível.
Os pais do que ex-cego são o típico cidadão comum, retraído, com muito medo e sem nenhum conhecimento. São chamados para depor, mas vão com muito medo dos “donos do poder”. Assim o povo padece ainda hoje, por falta de entendimento e por se acomodar em um sistema que oprime. Os pais buscam escapar de qualquer “entrevista” dos fariseus, jogam tudo pra cima de seu filho, afinal: “Idade ele tem; falará por si mesmo”.
Interessante que eles julgaram seu filho alguém com idade para falar por si mesmo, afinal de contas, ele era um homem feito. É exatamente esse o objetivo de Jesus, nos fazer pessoas integras, pessoas completas, os pais do ex-cego não possuíam capacidade de enfrentar as autoridades e anunciar o milagre porque não tinham passado por isso ainda, não eram íntegros, não estavam completos ainda.

Encarnação



João 1.14

14 Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.


Esse é o versículo que mais amo na Bíblia inteira, penso que ele narra o maior acontecimento da história. É Importante entender antes de tudo quem é “Aquele que é a Palavra”.
“Logos” tem dois sentidos na Bíblia: “projeto e palavra”. Sendo assim, podemos dizer que o projeto de Deus se tornou real com a encarnação da Palavra.
Deus criou o homem para sua glória, para mostrar sua glória. Quando se encarnou, Jesus realizou o projeto de Deus no homem. Jesus era completamente Deus, e continuou sendo depois que se encarnou, só assim ele pôde ser 100% homem. O homem só pode ser pleno se estiver 100% conectado com Deus.
Nos evangelhos, Jesus é chamado por duas expressões: filho do Homem (Jesus era um homem perfeito) e filho de Deus (Jesus era completamente Deus (Jesus era satisfatoriamente Deus)
Viver tem o mesmo sentido que acampar, sendo assim, ao dizer que Jesus viveu entre nós temos que entender que ele armou sua tenda aqui. Voltando mais um pouco no tempo, veremos que no tempo em que Israel peregrinou no deserto, Deus acompanhava o povo a partir de sua tenda, conhecida como Tenda do Encontro (Ex 33.7-11).
Esta tenda o povo levava pra onde ia, eles sabiam que Deus estava com eles, pois o Espírito de Deus estava na tenda, e quando eles queriam dizer algo para Deus, Moisés ia até a tenda e falava pelo povo. Jesus constitui a nova tenda do encontro, a nova tenda que Deus habita é de carne, é um homem que anda entre nós, que mora aqui e falar com ele é tão simples como falar com qualquer pessoa.
Assim como o povo que era escravo no Egito recebeu o privilégio da liberdade, Jesus oferece esse mesmo privilégio com relação ao pecado que nos escraviza. Ele também nos convida ao Êxodo, ou seja, ao movimento de caminhar rumo a nova Jerusalém, a nossa terra. Quem quer seguí-lo, precisa sair das trevas, a ir para a luz de Jesus.
A glória era sempre reconhecida como fumaça (shekinah), quando a tenda do encontro ficava cheia de fumaça o povo sabia que Deus estava ali. Em Jesus a glória resplandecia, tanto em suas ações em favor das pessoas, como em seu modo de ser e de agir, sua virtude.
Esta glória pode ser vista nas pessoas que seguem a Jesus, a idéia de Jesus em formar um grupo, ensinar essas pessoas e mostrar seu exemplo foi exatamente o de dar continuidade à sua glória, ter pessoas que portassem a glória do mestre.
Jesus não possuía sua forma celestial, mas mesmo assim, sua glória podia ser vista para quem o olhasse com cuidado, interessante notar que na história de Jesus, somente as pessoas de fora (prostitutas, ladrões, etc.) viam a sua glória.
Hoje vemos bandas famosas que usam de fogos de artifício, e varias coisas pra dar luz ao show, pra assustar e tal, isso mostra que a banda não é amadora, mostra que eles podem, mostra grandeza. Não somente bandas, pessoas em posição de alto nível, usam de recursos pra mostrar sua grandeza. Jesus é totalmente o contrario, ele mostra sua gloria, sua grandeza vivendo uma vida simples, no meio de gente pobre, sendo um pobre com eles.
Jesus manifesta então a glória de Deus, mas não como quem a tomou emprestada, o texto diz que ele tem a glória como um filho único, sendo assim, tudo que Deus tem pertence a Jesus como herança.
É a primeira menção de Deus como pai, é um novo conceito para o povo daquela época. João revoluciona a idéia que tinham de Deus naquele tempo, Deus não é aquele ser ameaçador que está com um raio nas mãos para matar quem desobedecer sua vontade, pelo contrário, é um pai amoroso, nos corrige as vezes, mas sempre nos ajuda.
Esse pai amoroso que vimos em Jesus não é mentiroso, ele é um pai amoroso em quem podemos confiar. Jesus, ao contrário de muita gente que vemos por aí, não era falso, não fazia nada para si próprio, e nem buscava prejudicar ninguém.
E é exatamente esse mesmo Jesus que apresentamos, um homem-Deus que se importa e que anda com a gente, que está tão perto que pode sentir nossas dificuldades e conversar com a gente. O que está esperando, ande com ele também.

O Serviço do Reino



A palavra serviço tem muitos sentidos e falar somente usando esta palavra deixa as coisas um tanto quanto suspensas no ar. Assim como falar a palavra cristão, sendo que muitos deram um sentido totalmente diferente a essa palavra.
Falar da igreja não é mais possível também, visto que a mesma se desdobra em inúmeras denominações, e fica difícil definir qualquer generalização para as igrejas existentes. Sendo assim podemos falar de muitas, mas não de todas.
Jesus no entanto sabia no que daria hoje a distribuição e também a distorção de sua palavra e de seus ensinamentos, e cada denominação diz que fala a verdade, como saber então quem está falando a verdade?
Há algumas formas de investigar a verdade, se bem que a própria verdade tem sido questionada como termo, mas não é nossa intenção fazer verificações cientificas ou filosóficas, apenas fazer uma verificação sobre o que é o serviço cristão de fato.
Podemos observar algumas igrejas para saber como estão lidando com a questão do serviço cristão, mas só para dar um rápido relato podemos dizer que o que as igrejas estão fazendo não é nada parecido com serviço, quanto mais com serviço cristão.
Sendo assim podemos ir diretamente para a Bíblia e ver que está escrito sobre o que Jesus fez, se é para saber o que é serviço cristão é bom vermos como o próprio Cristo lidou com isso.
Jesus servia as pessoas, e quando quiseram fazer dele o rei de Israel ele recusou. E citando um caso especial ele jantava com seus discípulos e no meio da refeição ele tomou uma toalha de escravo e lavou os pés dos discípulos e ainda disse a eles que eles teriam que servir uns aos outros, que eles teriam que ajudar ao que tivesse necessidade.
Avaliando isso pelo fato de que a vida de Jesus foi cheia de eventos em que ele se punha junto aos menos favorecidos e os ajudava, ao fato de que ele preferia andar com o povo do que com os poderosos, e ainda devido ao fato de que ele disse que prostitutas e publicanos (gente corrupta) estrariam no céu primeiro que os religiosos, podemos dizer que Jesus explicou com sua vida o que é servir. Isso é serviço cristão.
Mas esse termo está em um imenso mal uso hoje em dia, pessoas inescrupulosas usando descaradamente o nome de Deus para ganhar dinheiro de gente besta, gente dando dinheiro pra igrejas na promessa de uma vida sem problemas. Os valores do reino sendo distorcidos cada vez mais por cada vez mais igrejas.
Mas servir a Cristo continua tendo o mesmo significado e as mesmas atitudes são exigidas de quem quer se denominar cristão. Por mais que muitas igrejas hoje estejam desvirtualizadas do que seja o serviço cristão, ele ainda deve ser o mesmo, ainda que todas as igrejas estivessem agindo de forma contraria ao que está prescrito para ser serviço cristão, o serviço cristão ainda continuaria sendo o mesmo.


A ilusória superioridade do neoateísmo




O artigo abaixo foi publicado na página do facebook "The Atheist Delusion", e diante da dificuldade de encontrar o original, tomei a liberdade de traduzi-lo para compartilhar com os leitores do blog:


O neoateísmo e o efeito Dunning-Kruger

O efeito Dunning-Kruger é um preconceito cognitivo no qual indivíduos não qualificados padecem de uma superioridade ilusória, avaliando - equivocadamente - a sua capacidade muito acima da média. Este preconceito é atribuído a uma inabilidade metacognitiva de reconhecer os seus próprios erros.
Estariam os novos ateus sofrendo do efeito Dunning-Kruger?
Em 1999, dois psicólogos da Cornell University (David dunning e Justin Kruger) apresentaram a hipótese de que pessoas com pouca competência numa determinada atividade tendem a ter excesso de confiança nela. Esta crença exagerada vem da inabilidade de cumprir uma determinada tarefa enquanto, ao mesmo tempo, não se reconhece o seu nível de incompetência. Por outro lado, aqueles que têm competência suficiente para levar a cabo a tarefa, tendem a ter falta de confiança porque eles estão conscientes das suas próprias deficiências, especialmente quando comparam suas habilidades com as dos outros.
Esta observação se tornou linguagem corrente com qualquer número de casos examinados. Assim, por exemplo, o bêbado pensa que ele pode andar sobre uma linha reta porque ele está tão ocupado pensando em como vai fazer isto, que será incapaz de analizar a sua incapacidade de fazê-lo. Ou ainda alguém que usa um celular enquanto dirige está tão concentrado em falar ao telefone ao mesmo tempo em que pilota o carro que ele não notará a significante queda na sua competência de dirigir.
Para ter uma compreensão de iniciante neste campo do estudo, ocorreu-me perguntar a questão: "Estariam os neoateístas sofrendo do efeito Dunning-Kruger?" Por exemplo, muitas das resenhas do livro de Richard Dawkins, "Deus, Um Delírio" ("The God Delusion"), têm apontado a incompetência do autor nas áreas sobre as quais ele escreve. Algumas dessas resenhas não foram escritas por cristãos ou teístas se defendendo dos ataques deles, mas por profissionais não cristãos constrangidos pelo mau uso das suas disciplinas acadêmicas.
Escrevendo no The New York Times em 2007, o jornalista católico Prof. Peter Steinfels notou que as críticas ao livro "Deus, Um Delírio" de Richard Dawkins, vêm não somente de crentes mas também de ateus e descrentes. Ele se referiu às críticas de acadêmicos como o crítico literário de Oxford, Prof. Terry Eagleton, ao crítico literário de Harvard, James Wood, ao biólogo-evolucionista de Rochester, Prof. James H. Orr, e ao filósofo de New York, Prof. Thomas Nagel. E Steinfels poderia ter acrescentado outros como o filósofo e biólogo da Flórida, Prof. Michael Ruse. A principal queixa desses críticos de Richard Dawkins diz respeito à incompetência dele em lidar com o tema de Deus e da teologia.
A desculpa que o prof. Dawkins dá aos críticos, sobre a sua falta de estudo sério de teologia é a pergunta retórica "Você tem que saber 'leprechologia' antes de não acreditar em leprechauns[os folclóricos duendes irlandeses]?" Essa tática contraria o famoso conselho chinês d'A Arte da Guerra: conheça os seus inimigos. Desafortunadamente para Dawkins, aqueles de nós com algum conhecimento de cristianismo não nos abalamos pela sua tirada anti-teísta. Nós sabemos o suficiente para reconhecer a incompetência e a necessidade de uma humildade consideravelmente maior diante dos fatos.
Muitos cristãos têm escrito contra "Deus, Um Delírio", mas o fato de serem crentes faz com que seu ponto de vista ganhe pouca visibilidade da mídia e na opinião pública - sendo relevados com a frase "naturalmente, eles discordariam". Escritores que possuem tanta credibilidade acadêmica como o prof. Dawkins, tais quais o professor de Matemática de Oxford, John Lennox, ou o biólogo que se tornou teólogo, prof. Alistair McGrath, têm publicado críticas valiosas sobre o neoateísmo. O prof. McGrath, que obteve doutorados da Universidade de Oxford tanto em Biologia como em Divindade, se converteu do ateísmo para o cristianismo através da sua "descoberta da filosofia da ciência" e a sua investigação do "que o cristianismo realmente era". Ele escreveu um valioso pequeno livro chamado "O Delírio de Dawkins" ("The Dawkins Delusion").
Menosprezar tais escritos por causa do viés do autor é tão irracional como desprezar os escritos ateus por causa do seu viés. Cada um deles tem que ser avaliado de acordo com os seus méritos.
Aceitar o que eles dizem por causa de suas credenciais acadêmicas também é irracional. Há momentos na vida em que o pequeno garoto na multidão pode ver através da pretensão acadêmica e declarar que o imperador está nu. Naquela ocasião, uma rápida avaliação dos fatos trouxe o riso para ambos os lados. É razoável esperar que eruditos com qualificações acadêmicas de grande reputação irão escrever nas suas áreas de conhecimento e estarão cientes das limitações do seu conhecimento.
Isto nos traz de volta ao efeito Dunning-Kruger, que diz que quanto menos competente você for mais confiante provavelmente você será. Lançar uma campanha mundial sobre assuntos dos quais você sabe pouco e pesquisou menos ainda - omitindo que você intencionalmente não os estudou porque não crê neles - é menos do que aceitável para um debate público genuíno ou uma discussão acadêmica, para não dizer que está falhando na arte da guerra.
Foi o grande herói do prof. Dawkins, Charles Darwin, que escreveu na sua introdução a "A Descendência do Homem": "a ignorância gera confiança com mais frequência do que o conhecimento".

Sou fundamentalista; e você?









Rev. Marcelo Lemos

Fundamentalismo é mais uma daquelas palavras que de tanto ser usada, e indiscriminadamente, corre o risco de não mais ter qualquer significado, se é que ainda tem.
Recentemente, por exemplo, soube que algumas pessoas andam comentando o “fundamentalismo” da nossa Igreja (IARBrasil), provavelmente por nossa recusa em ordenar mulheres. De fato, isso é algo fundamental para nós, de modo que, não existe nada de estranho em nos considerarem fundamentalistas. Na verdade há algo estranho sim, mas isso ficará mais claro no decorrer do texto! O problema talvez esteja no termo “fundamentalismo” em si.

Ainda tomando a Ordenação Feminina como exemplo, para aqueles que a defendem, o dito igualitarismo também é um conceito fundamental e, portanto, seria justo que eles também sejam tidos como fundamentalistas, a seu próprio modo? Indo além, tomando o caso de um liberal, que normalmente usa o termo “fundamentalista” como uma arma para atacar os cristãos mais conservadores, também eles possuem seus próprios fundamentos (nem que seja a falta de fundamento, na pior das hipoteses!). No fim das contas, até os liberais são fundamentalistas...
Justiça seja feita, porém. Há um motivo histórico pelo qual o termo “fundamentalismo” ficou tão surrado, e pejorativo. Quase todo mundo foge dessa palavra... Mas nem sempre foi assim. Quando alguns cristãos americanos resolveram erguer sua voz contra as loucuras da Teologia Liberal, nos Estados Unidos, se auto-denominaram “fundamentalistas”. Nascia, ali, o movimento popularmente chamado Fundamentalismo Bíblico – que nada tem a ver com o que fazem fanáticos ligados ao Islã. O Fundamentalismo Bíblico não era uma nova Igreja, mas um movimento teológico que influenciou muitos ministros e leigos, acabando por impactar dominações inteiras, e dividindo outras no decorrer de sua história.
Originalmente, o movimento Fundamentalista faria um bom trabalho. Seu alvo era manter a ortodoxia de doutrinas centrais ao Cristianismo como a Encarnação, a Concepção Virginal, a Inspiração das Escrituras, a Doutrina do Pecado, e assim por diante. No entanto, o movimento acabou fechando-se em si mesmo, e virou suas costas ao mundo, transformando boa parte do evangelicalismo num gueto irrelevante para a cultura moderna. A Igreja abriu mão do Mandato Cultural, e ao invés de assumir seu papel transformador, resignou-se ao fracasso histórico, lutando para salvar-se como um pequeno rebanho.
Além disso, o movimento Fundamentalista assumiu para si a tarefa da Igreja “pura”, um verdadeiro mito. Mito que ainda não morreu. Boa parte dos chamados neo-puritatos de hoje, só para citar um exemplo, perseguem a mesma fenix. No passado ou no presente, um dos problemas de acreditarmos na possibilidade de uma Igreja pura é não haver mais separação entre doutrinas fundamentais e assuntos secundários, pois tudo passa a ser visto como fundamento de fé, até mesmo as coisas mais inusitadas e pequenas. Num cenário onde tudo é questão fundamental até a menor discordância teológica pode criar uma divisão no corpo, como tem acontecido em muitos casos. Isso também impede o diálogo respeitoso entre as comunidades de fé, e o ecumenismo cristão continua na fase da infância, já que cada um acaba se achando mais 'puro' que o outro, e talvez até mais cristão.
O que impressiona é que cristãos que se declaram reformados possam assumir posturas puristas, já que isso contradiz a própria tradição da Reforma. Tenho uma amiga, cuja família frequenta uma igreja “neo-puritana”. Segundo seu relato, o pessoal lá é tão 'puro' que não aceita cristãos que assistem TV, cantam músicas fora dos Salmos, ou não fazem suas mulheres usarem chapéu durante o culto. Honestamente, acho que eles tem todo direito de servirem a Deus desse modo, assim como eu tenho o direito de usar clamisa clerical, sobrepeliz e típete na Liturgia; o que questiono é seu espírito separatista, quase sectário. Certamente não aprenderam isso com a Reforma. Muito menos com Calvino, de quem são herdeiros.
Isso faz pensar se alguns reformados realmente conhecem a Teologia da Reforma, especialmente a respeito da eclesiologia. João Calvino, por exemplo, afirma em suas Institutas, que podemos buscar a unidade com todas as Igrejas, desde que preguem fielmente a Palavra, e administrem corretamente os Sacramentos. Se tais elementos estão presentes em uma Igreja, podemos manter comunhão com ela, diz Calvino, “mesmo que nelas existam muitas outras faltas!” (Institutas, Livro IV, 1, 12).
Pode parecer que Calvino exigia, então, que os outros cristãos pregassem exatamente como ele, e administrassem os Sacramentos exatamente como ele. Mas não é verdade. Ele vai ainda mais longe, para escândalo de muitos reformados que conheço, e de 'fundamentalistas' de outras tradições evangélicas.
“Vou ainda além: digo que elas podem ter algum vício ou defeito em sua doutrina, ou na maneira de administrar os Sacramentos, e nem por isso devemos nos afastar de sua comunhão” (Instituta, Livro IV, 1, 12).
Surpreendemente, Calvino, a seguir, passa a defender um modelo de unidade cristã que é, desde aqueles dias, uma marca bem distintiva da tradição anglicana, ao qual denominamos “via média”, ou “caminho do meio”. Na verdade, a Igreja Anglicana nasceu nos dias da Reforma, e manteve esse princípio até os dias de hoje. Mas, do que se trata? Segundo esse princípio, existem doutrinas fundamentais e doutrinas secundárias, e uma vez que as doutrinas fundamentais são mantidas, o que é secundário não deve nos separar da comunhão uns com os outros. Em certo sentido, o Anglicanismo não apenas deu um liturgia reformada para os cristãos ocidentais, como também nos legou o verdadeiro ecumenismo cristão. E é exatamente desse ecumenismo cristão que Calvino vai nos falar.
“Porque nem todos os artigos da doutrina são igualmente importantes. Existem alguns tão importantes que ninguém pode questionar que são os fundamentos da Religião cristã. Por exemplo: que existe um só Deus, que Jesus Cristo é Deus e Filho de Deus, que nossa salvação está exclusivamente na misericórdia de Deus, e doutrinas semelhantes a essas” (Idem).
Que temos aqui senão uma declaração apaixonada do ethos anglicano? Paradoxalmente, por esse mesmo ethos muitos reformados atuais nos criticam, como se nós também não fossemos tão reformados quanto eles. Sim, existem pontos de fé que são secundários. Sim, podemos manter comunhão com Igrejas que não pensam exatamente como nós, mesmo quando as consideramos impuras. Afirmar isso não nos faz menos reformados, muito pelo contrário!
“Há outos pontos com os quais nem todas as Igrejas concordam, e nem por isso quebram a unidade. Se uma Igreja, por exemplo, diz que a alma é transportada aos céus logo após a morte, e outra diz, sem se atrever a identificar onde, que simplesmente vivem com Deus, quebram a caridade e o vínculo de união? (…) Com isso nos quer dizer que se surge entre os cristãos alguma diferença em pontos que não são absolutamente essenciais, não devem ocasionar divisões entre eles. Seria muito melhor estar de acordo em tudo; mas como não existe esse que conheça todas as coisas, ou precisaremos romper com todas as outras igrejas, ou precisaremos perdoar a ignorância aos que erram em coisas que não afetam a salvação, e não violam nenhum ponto principal da religião cristã” (Idem).
Quanto iniciei, bem recentemente, a série “Fundamentos de Fé”, um estudo de teologia cristã baseada no Credo Apostólico, afimei exatamente isso. Contudo, recebi algumas criticas interessantes. Se iniciei esse artigo falando daqueles que nos consideram “fundamentalistas”, encerro falando daqueles que nos consideram “liberais”, uma vez afirmarmos que existem pontos doutrinários que são de segunda importãncia... Eu entendo essa crítica vinda de muitos lugares, menos de círculos que se declaram reformados, pois admitir a catolicidade da fé cristã, ou seja, que a Religião Cristã é maior que nosso próprio umbigo, é uma caracterista da própria Teologia Reformada.
Sim, eu, como anglicano, sou fundamentalista: não abro mão daquilo que é doutrina fundamental da Religião de Jesus. E no mais? Bem, marquem um churrasco e a gente conversa...