terça-feira, 24 de junho de 2014

Destrua uma igreja em 4 passos


Pouco tempo atrás, soube de um prédio de uma igreja em nossa vizinhança que estava à venda. Por anos a Grace Fellowship Church esteve procurando um prédio para ser nosso, então pensamos em dar uma olhada. Aquela havia sido uma congregação próspera. Cristãos fiéis contribuíram sacrificialmente para construir aquele prédio. Eles o consagraram ao Senhor e adoraram ali por muitos anos. Ainda assim, agora aquela construção estava abandonada, decadente e à venda.
O que aconteceu? Como aquela igreja passou de próspera para enferma? Como passou de saudável para doente até a morte? Acho que sei como. Creio que Paulo nos conta em sua segunda carta à Timóteo, a carta que ele escreveu apenas dias ou semanas antes de sua morte. Nela, no capítulo 4, ele olha para o futuro, vê uma igreja sendo destruída e nos avisa como aquilo aconteceu. É tão direto quanto 4 simples passos.
Antes de partirmos para os quatro passos, precisamos nos atentar para um detalhe crítico: essa igreja destrói a si mesma. A igreja não é fechada por causa da perseguição do governo; não é afligida pela pressão cultural e não sucumbe aos ataques de outra religião. Essa igreja é erodida por dentro, do meio da congregação. Essa igreja é destruída por pessoas que dizem agir no nome de Jesus.
Aqui estão os quatro passos simples que levam à auto-destruição de uma igreja.

PASSO 1: REJEITE A VERDADE

Paulo avisa Timóteo que eles “se recusarão a dar ouvidos à verdade”. O primeiro passo para se destruir uma igreja é distanciar-se do que é verdade, perdendo o interesse na verdade como Deus a revela, cansando-se do que Deus diz que é verdadeiro e amável. O que uma vez foi amor pela verdade se torna agora um desagrado e desgosto em relação à verdade; o que antes era ódio ao erro se torna agora um interesse e fascínio pelo erro. Corações começam a endurecer.

PASSO 2: REJEITE QUEM FALA A VERDADE

Ao se distanciarem da verdade, eles necessariamente tornam-se contra quem diz a verdade. Então, Paulo avisa Timóteo que esse dia chegaria: “não suportarão a sã doutrina”. Não é que as pessoas não saberão o que é verdade, mas que elas não vão mais suportar o que é verdadeiro. Porque elas passaram a odiar a verdade, elas agora odiarão aqueles que proclamam a verdade. Os mesmos mestres que uma vez os atraíram, agora os repelirão.

PASSO 3: ABRACE FALSOS MESTRES

A igreja rejeitou a verdade e aqueles que ensinam a verdade. E depois? É obvio e inevitável: eles abraçarão falsos mestres. “Cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos”. Conforme essas pessoas vão sendo endurecidas pelo pecado, conforme elas crescem em sua rebelião, desejarão ser guiadas por pessoas que as dizem aquilo que elas querem ouvir. Paulo usa uma ótima imagem para descrever isso: ouvidos coçando. Esses ouvidos anseiam a novidade, algo que de alguma forma será aceito pela sociedade e palatável ao mundo sem Deus. Eles prontamente encontrarão esse tipo de mestre que justificará seu afastamento da verdade e que validará a sua rebelião.

PASSO 4: ABRACE A FALSA DOUTRINA

Uma vez que eles rejeitaram a verdade e quem diz a verdade e uma vez que encontraram mestres que agradam os seus ouvidos, eles “entregar-se-ão às fábulas”. Agora eles abraçarão o erro, a completa heresia. Serão tão endurecidos em seus pecados que acreditarão que o erro é bom e verdadeiro. Serão tão iludidos e rebeldes que celebrarão o que Deus odeia e o farão no nome de Deus. Eles vaguearão, como ovelhas tolas indo para longe do bom pastor. O caminho estreito da salvação não deixa espaço para se vaguear, mas o caminho largo da destruição tem todo o espaço que eles precisam para vaguearem para cá e para lá.
E eles morrerão. No fim, aqueles que clamaram agir no nome de Cristo serão expostos como contrários a Cristo. Aquela igreja, aquela congregação, morrerá.
O que aconteceu com aquela igreja que um dia adorou naquele prédio que visitamos e queríamos comprar? As pessoas desenvolveram coceiras nos ouvidos. Não mais apoiaram a sã doutrina e acumularam para si mesmos mestres que se encaixavam às suas próprias paixões. Se distanciaram da verdade e vaguearam em direção a mitos e fábulas.
A evidência desses mitos estava clara. O hinário deles tinha músicas como “Mãe e Deus”, que diz “Mãe e Deus, à vocês cantamos: amplo é o seu ventre, quente é sua asa”. O website deles continha um vídeo de um pastor submetendo-se a um processo de mudança de gênero com o total suporte da igreja. A literatura deles explicitamente negava que Cristo é o único caminho para Deus dizendo que “Deus atua em nosso mundo através de um Espírito misterioso que não reconhece distinções nas portas de entrada de capelas cristãs; budistas; hinduístas; ou templos Sikh; cabana aborígene, mesquita islâmica ou sinagoga judaica”.
Nós não ficamos com aquele prédio. A construção foi vendida e, se eu entendi corretamente, logo virá a baixo. No fim das contas, os líderes denominacionais responsáveis pela venda não queriam o evangelho naquele prédio, eles queriam retirar dinheiro daquele prédio. Eles precisavam do dinheiro para ajudar duas outras congregações suas que inevitavelmente também acabarão.
Dois mil anos atrás, Paulo escreveu para o jovem Timóteo e contou a ele exatamente como essa igreja e muitas outras parecidas com ela morreriam. Ele também deu a Timóteo um dever que evitaria sua própria igreja de experimentar uma destruição similar e de hesitar com ouvidos coçando. Mas deixarei isso para um outro dia.
Por: Tim Challies; Original: Destroy a Church in 4 Simple Steps.
Tradução: Kimberly Anastacio | Reforma21 | website: reforma21.org | Original: Destrua uma igreja em 4 passos
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, seu ministério e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.


terça-feira, 17 de junho de 2014

FAMÍLIA CRISTÃ: ABRA OS OLHOS!


por Wallace Jaguaribe

Princípios e valores são repassados por palavras e ações. Na prática são traduzidos nas músicas que se ouvem e se cantam, nos filmes, novelas e programas que se assistem, na literatura que se lê, nos ditados populares que se usa, na escolha dos entretenimentos, na maneira como se cumprimenta o próximo, no comentário que se faz sobre a atitude de outrem, enfim, no pensar, no falar e no agir no seu dia a dia.
Portanto, a família cristã deve avaliar seu pensar, falar e agir tendo como padrão o ensino bíblico. Mas, a família cristã conhece os ensinos da Palavra de Deus? E se conhece, esforça-se por praticá-la em todas as situações para que os componentes da família absorvam e reproduzam estes princípios e valores? Eis a questão.
Por exemplo: o que a família cristã deve fazer quando vizinhos incômodos precisarem de ajuda? A vontade, talvez, seja a de omitir-se, fingir não tomar conhecimento, fazer algum comentário como "aqui se faz, aqui se paga", ou algo semelhante. Mas, a Bíblia diz o que a família cristã deve fazer nesta hora: "Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem." (Romanos 12:17, 18, 20, 21). Assim, cabe à família agir conforme determina as Escrituras e informar aos seus componentes a razão pela qual irão agir com bondade - o mandamento bíblico - e a geração seguinte aprenderá pelo agir e pelo ouvir e reproduzirá o comportamento.
Então, conhecer a Bíblia para retirar dela os princípios de Deus para o nosso dia a dia é imprescindível. Pois, podemos estar ensinando na prática princípios que não aprovamos na teoria - princípios não cristãos.
Abra os olhos, família cristã, e veja o que está transmitindo à próxima geração:
a) Você está valorizando a frequência à igreja? Pois o princípio bíblico é: "Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns;" O descumprimento deste princípio repassa a ideia de que a reunião com o povo de Deus não é importante. Mesmo que com palavras a família diga o contrário. Pois, as ações falam mais alto do que as palavras.
b) Está valorizando a meditação diária na Palavra de Deus? Pois, o Salmo primeiro afirma "Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite".
c) Está evitando filmes, novelas, ou programas que incentivem o que é impuro ou injusto aos olhos de Deus? Pois o Senhor afirma "Não porei coisa injusta diante dos meus olhos;" (Salmo 101:3) e ainda "Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento" (Filipenses 4:8).
A lista é muito extensa e não há espaço aqui para tanto. Mas, a família cristã deve ensinar o amor a Deus sobre todas as coisas. Deus em primeiro lugar, tudo o mais vem depois. A família cristã também deve amar o próximo como a si mesma. Tudo que se quer receber deve-se praticar com os outros.
Família cristã, você está treinando a geração que Deus colocou sob seus cuidados. Abra os olhos, e veja bem os valores e princípios que está repassando, pois de tudo Deus lhe pedirá contas.
“A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei. Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor.”

Romanos 13:8-10
fonte: Electus

sexta-feira, 4 de abril de 2014

O Que Jesus Quer?


por John Piper
O que Jesus quer? Encontramos a resposta em suas orações. O que Ele pediu a Deus? A sua oração mais extensa pode ser lida em João 17, verso 24. Este é o clímax de seu desejo:

Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste .
Entre todos os pecadores indignos no mundo, existem alguns que o Pai deu a Jesus. Estes são os que Deus trouxe ao Filho (Jo 6.44,65). Eles são crentes — pessoas que “receberam” a Jesus como o Salvador e Senhor, crucificado e ressuscitado, o Tesouro de suas vidas (Jo 1.12; 3.17; 6.35; 10.11,17-18; 20.28). Jesus disse que deseja que seus discípulos estejam com Ele.
Às vezes, ouvimos as pessoas dizerem que Deus criou o homem porque Ele estava sozinho. Elas dizem: “Deus nos criou para que estivéssemos com Ele”. Jesus concorda com isto? Bem, de fato, Ele disse que queria que estivéssemos com Ele! Sim; mas por quê? Considere o restante do versículo. Por que Jesus quer que estejamos com Ele?
Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo.
Essa seria uma maneira estranha de expressar a sua solidão. “A minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória.” De fato, estas palavras não expressam a solidão de Jesus. Expressam o interesse dEle pela satisfação de nosso anelo, e não de sua solidão. Jesus não está sozinho. Ele, o Pai e o Espírito Santo estão plenamente satisfeitos na comunhão da Trindade. Nós, e não Ele, estamos famintos por algo. E o que Jesus deseja para nós é que experimentemos aquilo para o que realmente fomos criados — ver e provar a glória de Deus.
Oh! que Deus faça isto aprofundar-se em nossa alma! Jesus nos fez (Jo 1.3) para vermos sua glória. Pouco antes de ir para a cruz, Ele suplica ao Pai os seus desejos mais profundos — “Pai, a minha vontade [meu desejo] é que… estejam comigo… para que vejam a minha glória”.
Mas isto é somente a metade do que Jesus deseja nestas palavras finais de sua oração. Já afirmamos que fomos criados para ver e provar a glória dEle. Isto é o que Ele quer — não somente que vejamos, mas também que provemos a sua glória, que tenhamos deleite e prazer nela, que a entesouremos e amemos? Considere o versículo 26:
Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja.
Este é o final da oração. Qual é o objetivo final de Jesus para nós? Não é apenas que vejamos a sua glória, mas que O amemos com o mesmo amor que o Pai tem por Ele — “a fim de que o amor com que me amaste esteja neles”. O anelo e objetivo de Jesus é que vejamos a sua glória e sejamos capazes de amar o que vemos com o mesmo amor que o Pai tem pelo Filho. Ele não queria dizer que devemos apenas imitar o amor do Pai para com o Filho. Ele estava dizendo que o próprio amor do Pai se torna nosso amor pelo Filho — que amemos o Filho com o amor do Pai para com o Filho. Isto é o que o Espírito Santo se torna e concede em nossa vida: amor pelo Filho, por meio do Pai, pela operação do Espírito.
O que Jesus mais deseja é que seus eleitos sejam reunidos (Jo 10.16, 11.52) e tenham o que eles mais querem — ver a glória de Cristo e prová-la com o amor do Pai pelo Filho.
O que eu mais quero é estar reunido com vocês (e muitos outros) e VER a Cristo em toda a sua plenitude e que, juntos, amemos o que vemos com um amor que excede as nossas capacidades humanas.
Foi isto que Jesus pediu por nós: “Pai, mostra-lhes a minha glória e dá-lhes que se deleitem em mim com o mesmo deleite que tens em mim”. Oh! que vejamos a Cristo com os olhos de Deus e provemos a Cristo com o coração de Deus. Isto é a essência do céu. Este foi o dom que Cristo veio comprar para os pecadores, ao preço de sua própria morte, em nosso lugar.

Extraído do livro:
Penetrado pela Palavra, de John Piper
Copyright: © Editora FIEL 2009.

O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.

O que é Humildade?


por John Piper

Em 1908, o escritor inglês G. K. Chesterton descreveu o embrião da cultura que hoje chamamos de pós-modernismo. Este já é um termo desgastado. Algum dia, os leitores o pesquisarão em um livro de História. Uma das características de seu “relativismo vulgar” (conforme o chama Michael Novak) é o erro grave de tomar a palavra arrogância para referir-se à convicção e humildade para referir-se à dúvida. Chesterton viu a chegada do pós-modernismo:

O que sofremos hoje é de humildade no lugar errado. A modéstia se afastou do setor da ambição e se estabeleceu na área das convicções, o que nunca deveria ter acontecido. Um homem devia mostrar-se duvidoso a respeito de si mesmo, mas não a respeito da verdade; isto foi invertido completamente. Hoje, aquilo no qual o homem confia é exatamente aquilo em que ele não deveria confiar — nele mesmo. Aquilo que ele duvida é exatamente o que ele não deveria duvidar — a razão divina… O cético moderno propõe ser tão humilde que duvida se pode aprender… Existe uma humildade característica de nossa época; acontece, porém, que ela é uma humildade mais venenosa do que as mais severas prostrações dos ascéticos… A velha humildade fazia que o homem duvidasse de seus esforços, e isto, por sua vez, o levaria a trabalhar com mais empenho. Mas a nova humildade torna o homem duvidoso a respeito de seus alvos; e isto o faz parar de trabalhar completamente… Estamos a caminho de produzir uma raça de homens tão mentalmente modestos que serão incapazes de acreditar na tabuada de multiplicação.
Vemos isso, por exemplo, no ressentimento para com os crentes que expressam a convicção de que os judeus (como as outras pessoas) precisam crer em Jesus, para serem salvos. A reação mais comum a esta convicção é que os crentes são arrogantes. A humildade contemporânea está firmemente arraigada no relativismo que evita conhecer a verdade e especificar o erro. Mas isto não é o que a humildade costumava significar.
Se a humildade não é aquiescência às exigências populares do relativismo, então, o que é humildade? Isto é importante, pois a Bíblia diz: “Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça” (1 Pe 5.5); e: “Pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado” (Lc 14.11). A humildade, portanto, é sobremodo importante. Deus nos diz pelo menos cinco coisas a respeito da humildade:
1. A humildade começa com um senso de submissão a Deus, em Cristo. “O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo, acima do seu senhor” (Mt 10.24). “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus” (1 Pe 5.6).
2. A humildade não sente que tem o direito de receber melhor tratamento do que o tratamento dado a Jesus. “Se chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos?” (Mt 10.25.) Por conseguinte, a humildade não paga o mal com o mal. Não é uma vida baseada nos direitos percebidos. “Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos… quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente” (1 Pe 2.21-23).
3. A humildade afirma a verdade não para apoiar o “eu” com o domínio e triunfos dos debates, mas como um serviço prestado a Cristo e expressão de amor para com o adversário. O amor “regozija-se com a verdade” (1 Co 13.6). “O que vos digo às escuras… Não temais” (Mt 10.27,28). “Não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus” (2 Co 4.5).
4. A humildade sabe que depende da graça de Deus para conhecer e crer. “Que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?” (1 Co 4.7.) “Acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma” (Tg 1.21).
5. A humildade sabe que é falível; por isso, reflete sobre o criticismo e aprende dele. Mas também sabe que Deus fez provisão para a convicção humana e nos convoca a persuadir os outros.
Agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido (1 Co 13.12).
O sábio dá ouvidos aos conselhos (Pv 12.15).
Conhecendo o temor do Senhor, persuadimos os homens (2 Co 5.11).


Extraído do livro: Penetrado pela Palavra, de John Piper.
Copyright: © 
Editora FIEL 2009
O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.

O Que é a Comunhão Com Deus? Sabedoria de John Owen


Pensamentos sobre Hebreus 10.22
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Aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé.
Os antigos puritanos chamavam este aproximar-se de “comunhão com Deus”. Precisamos aprender deles. J. I. Packer afirmou que os puritanos diferem dos evangélicos contemporâneos, porque para eles:
A comunhão com Deus era algo muito importante; em comparação ao que pensam os evangélicos contemporâneos, a comunhão com Deus é algo insignificante. Os puritanos eram interessados pela comunhão com Deus de um modo que não o somos. A medida de nosso interesse é mostrada pelo pouco que falamos a respeito deste assunto. Quando os crentes se reúnem, falam uns com os outros a respeito de suas obras e seus interesses cristãos, de seus conhecidos cristãos, da situação de suas igrejas e dos problemas de teologia — mas raramente falam sobre a experiência diária com Deus (A Quest for Godliness, Wheaton, Ill.: Crossway Books, p. 215).
De acordo com Packer, o maior dos puritanos foi John Owen (1616-1683).  A própria comunhão que Owen tinha com Deus é um grande exemplo para nós. Deus cuidou que Owen e os puritanos sofredores de seus dias vivessem nEle, de um modo que faz a maior parte de nossa comunhão com Deus parecer superficial. Escrevendo uma carta durante um período de enfermidade, em 1674, Owen disse a um amigo: “Cristo é nosso melhor amigo e logo será o nosso único amigo. Peço a Deus, com todo o meu coração, que eu me fatigue de tudo, exceto da conversa e da comunhão com Ele” (Peter Toon, God’s Statesman, Greenwood, S. C.: The Attic Press, p. 153). Deus usou a doença e todas as pressões sofridas por Owen em sua vida para orientá-lo na comunhão com Ele mesmo e mantê-lo envolvido nesta comunhão.
Mas Owen também era intencional em sua comunhão com Deus. Ele disse: “A amizade é mantida e preservada por meio de visitas; e estas devem ser espontâneas e não somente motivadas por assuntos urgentes…” (John Owen, Works, VII, Edinburgh: Banner of Truth Trust, 1965, p. 197). Em outras palavras, em meio a todos os seus labores políticos, acadêmicos e eclesiásticos, Owen fazia muitas visitas a Deus.
E, quando ele fazia essas visitas, não ia somente com petições por coisas ou por livramentos de suas muitas dificuldades. Ele as fazia para ver seu glorioso Amigo e contemplar-Lhe a grandeza. O último livro que Owen escreveu — quase concluído quando ele morreu — chama-se Meditações sobre a Glória de Cristo. Isso nos diz muito a respeito do foco e do resultado da vida de Owen. Neste livro, ele disse:
A revelação… de Cristo… merece os mais solenes pensamentos, as melhores de nossas meditações e nossa maior diligência nelas… Que melhor preparo pode haver [para o nosso futuro gozo da glória de Cristo] do que a contemplação prévia e constante dessa glória, na revelação feita no evangelho? (Works, I, 275).
A contemplação que Owen tinha em mente é formada de, pelo menos, duas coisas. Por um lado, existe aquilo que ele chamou de “pensamentos solenes” e “melhores meditações” ou, em outro lugar, “meditações assíduas” e, por outro lado, oração incessante. As duas são ilustradas em sua obra sobre a Epístola aos Hebreus.
Uma das grandes realizações de Owen foi o seu comentário, de sete volumes, sobre essa epístola. Quando o terminou, próximo do fim de sua vida, ele disse: “A minha obra está completa; é tempo de morrer” (God’s Statesman,p. 168). Como ele realizou esta grande obra e permaneceu próximo de Deus? Obtemos uma resposta breve no prefácio daquela obra:
Tenho de afirmar agora que, depois de toda a minha pesquisa e leitura, a oração e a meditação assídua têm sido meu único abrigo, bem como os meios mais proveitosos de obter entendimento e auxílio. Por meio delas, meus pensamentos foram libertados de muitos embaraços (Works, I, lxxxv).
Era assim que John Owen se aproximava de Deus, por meio da oração e da meditação assídua, achando entendimento e liberdade. Esse era um zelo de comunhão com Deus marcado por entendimento. Esse é o tipo de zelo que desejamos. Esse é o entendimento pessoal agradável que mantém nosso zelo em seus limites e o faz brilhar com mais intensidade. Com esse zelo e entendimento, aproximemo-nos, dia após dia, hora após hora.
Devocional extraído do livro Provai e Vede, de John Piper.
Copyright: © Editora FIEL
Permissões: a postagem de trechos deste livro foi realizada com permissão da Editora Fiel. Se você deseja mais informações sobre permissões contate-os.


quinta-feira, 3 de abril de 2014

O Início das Preocupações

João 16.16-18

16 “Mais um pouco e já não me verão; um pouco mais, e me verão de novo”.
17 Alguns dos seus discípulos disseram uns aos outros: “O que ele quer dizer com isso: ‘Mais um pouco e não me verão’; e ‘um pouco mais e me verão de novo’, e ‘porque vou para o Pai’?” 18 E perguntavam: “Que quer dizer ‘um pouco mais’? Não entendemos o que ele está dizendo”.


Jesus está diante do inicio da preocupação dos discípulos, eles que até agora tinham estado de certa forma atribulados com várias coisas, mas, estavam (de algum jeito) tranqüilos porque Jesus estava com eles. A (real) preocupação deles começou quando Jesus anunciou sua partida, ele diz que vai deixá-los e isso deve ter causado assombro para os discípulos.
Jesus os confortou com a promessa do Espírito Santo, e, feito isso, passou a falar sobre sua ausência e porque isso seria bom para os discípulos, Jesus é o supremo bem e tudo que ele fez e continua fazendo é para o nosso bem, mesmo que ocasionalmente e temporariamente seja algo que não nos cause prazer.
A verdade é que da parte de Deus e o que depende de Deus está tudo bom e perfeito, Deus sempre sabe o que fazer e de fato ele faz o que precisa ser feito no tempo que precisa ser feito.
Por outro lado há um problema grave, pois os discípulos (assim como nós) não entenderam o que ele dizia a eles, eles não compreenderam nem o sentido da morte de Jesus e muito menos o bem que lhes faria a vinda do Espírito Santo. Eles não compreenderam que para que os nossos pecados fossem cravados na cruz Jesus também precisaria ser cravado nela, eles não entenderam que Jesus veio com uma missão que deveria terminar com sua morte e conseqüente ressurreição, enfim, eles não compreenderam nada a respeito da morte de Jesus e muito menos sobre como seria a vinda do Espírito Santo.
A falta de entendimento dos discípulos causou neles o que causa em qualquer ser humano: eles começaram a reclamar e murmurar e provavelmente pensaram que Jesus é quem não estava compreendendo as coisas.
Penso que algum dos discípulos estivesse até com a intenção de ir dar um toque em Jesus pra explicar que a morte é o fim de tudo, que quando alguém morre não faz mais nada. Eles talvez pensassem que o entendimento de Jesus não estivesse tão esclarecido mais, que Jesus não estivesse com suas capacidades tão certas mais.
Na verdade somos assim com o que não entendemos, temos esse problema de não ver nossa incapacidade, de pensar que o outro é quem não está raciocinando bem. Jesus por outro lado está muito acima de nós, em Isaías 55 Deus diz ao profeta que os seus caminhos não são os nossos caminhos e nem os seus pensamentos são os nossos pensamentos, pois ambos estão muito acima do que qualquer pessoa possa almejar ou conquistar.
Os discípulos estavam vendo isso na prática, pois Jesus estava ali ensinando e dizendo coisas que eles precisavam ouvir, que os ajudaria no tempo que estava chegando. Na verdade as coisas não devem ser fáceis para quem quer seguir a Cristo, porque seguir a Cristo é sempre andar na contra-mão, é ir contra coisas que o mundo acha normal, é recusar fazer o que não é certo mesmo quando o mundo inteiro estiver fazendo, é dizer não quando todos dizem sim, etc.
Jesus estava ali falando para eles enquanto eles não queriam acreditar no que estavam ouvindo. Eles obviamente esperavam que Jesus ficasse ali e instituísse algo (a Igreja Pentecostal de Jesus?), que continuasse com eles até ficar velhinho e morrer farto de dias. Eles não queriam estar numa sociedade que os odiasse sem a proteção de Jesus.
Mas Jesus vê mais longe que nós e consegue manter firme o olhar para aquilo que ele designou desde o princípio. Era necessário que ele os deixasse por um tempo, era necessário que eles passassem algumas dificuldades (prisão, açoites, humilhações a nível social, cultural e psicológico, etc.) para amadurecerem.
Cristãos sofrem hoje em dia, quem quiser carregar a cruz de Cristo de verdade terá que sofrer muitas coisas, mas há de se reconhecer que aqueles crentes sofreram um pouco mais. Há de se reconhecer também que não podemos comparar qualquer dificuldade da vida que temos com a glória da nova Jerusalém, assim como não podemos reclamar de qualquer dificuldade visto que a cruz foi uma dificuldade um tanto maior...

Que Deus nos abençoe para que reconheçamos sua grandeza, tanto o seu conhecimento e sabedoria como a obra que ele vai realizar.

PERSEVERE NA ORAÇÃO


por John Piper
Esta passagem nos dá cinco diretrizes para a oração, as quais precisamos ouvir.
Primeira: “Perseverai na oração”.
Existe muito poder a ser desfrutado em perseverarmos na oração. Não esqueçam o amigo inoportuno de Lucas 11.8: “Digo-vos que, se não se levantar para dar-lhos por ser seu amigo, todavia, o fará por causa da importunação e lhe dará tudo o de que tiver necessidade”; e não esqueçam a parábola que Jesus contou “sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer”. A perseverança é o grande teste de genuinidade da vida cristã. Louvo a Deus pelos crentes que têm perseverado em oração durante sessenta, setenta ou oitenta anos! Oh! que sejamos um povo de oração e que este ano — e todos os nossos anos — seja saturado com orações ao Senhor de todo o poder e de todo o bem. Será bom dizermos no final da vida: “Completei a carreira, guardei a fé”, por meio da oração.
Segunda: “Vigiai na oração”.
Isto significa: “Esteja alerta!” Esteja mentalmente desperto. Talvez o apóstolo Paulo tenha aprendido isto do que aconteceu no Getsêmani. Jesus pediu aos discípulos que orassem, mas os encontrou dormindo. Ele disse a Pedro: “Não pudeste vigiar nem uma hora? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação” (Mc 14.37,38).
Precisamos estar em vigilância enquanto oramos — em vigilância contra as vagueações de nossa mente, contra as vãs repetições, contra expressões vulgares e sem sentido, contra desejos restritos e egoístas. Também devemos vigiar por aquilo que é bom. Devemos estar especialmente alerta quanto à orientação de Deus, nas Escrituras, para as nossas súplicas. É Deus quem opera em nós a vontade de orar, mas sempre experimentamos esta capacitação divina como nossa própria atitude e resolução.
Terceira: Seja agradecido em todas as orações.
São admiráveis os relatos do que Deus tem feito na vida de muitos crentes, por meio da oração. Tais relatos me têm estimulado a persistir em oração com ações de graças. Compartilhe com os outros estas boas coisas.
Quarta: Peça que se abra uma porta à pregação da Palavra, na sua vida.
Em dois sentidos:
1. Que, semana após semana, haja corações abertos e receptivos em sua igreja;
2. Que seus vizinhos se mostrem receptivos ao evangelho, enquanto você o anuncia. “Certa mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia” (At 16.14). Isto é o que desejamos aconteça nos domingos e durante a semana.
Quinta: Ore pelos pregadores de nossa pátria, para que eles apresentem com clareza o mistério de Cristo.
“Grande é o mistério da piedade” (1Tm 3.16). Oh! que chamada para o proclamarmos! Eu amo o ministério de pregador! Embora, não esteja a altura dele. Eu e todos os pregadores, pastores, necessitamos de oração — para que entendamos o mistério de Cristo, escolhamos os textos necessários, preguemos no poder do Espírito Santo, falemos a verdade em amor. Sem Cristo, nada podemos fazer.

Extraído do livro:
Penetrado pela Palavra, de John Piper
Copyright: © Editora FIEL 2009.
O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.