domingo, 21 de maio de 2017

A Luz e as Trevas


1 João 1.5-10
Domingo, 22 de Fevereiro de 1998
Oitava - AC Barro

Propósito
  Mostrar que mesmo existindo uma grande distancia entre aquilo que Deus é e aquilo que nós somos, existe uma possibilidade de ter um relacionamento de intimidade com Deus.

Introdução
  O propósito deste texto é mostrar que existe a possibilidade de ter comunhão com Deus. E para que esta comunhão se torne uma realidade é necessário que saibamos quem Deus é, e quem somos nós. 
  A mensagem que ouvimos é bem simples: "Deus é luz, e nele não há treva nenhuma".  João inicia a sua exposição com uma declaração sobre o caráter de Deus: Deus é luz. Em outros lugares João fez duas outras declarações: Deus é Espírito (João 4:24) e Deus é amor (1 João 4.8). Apontando para a imaterialidade de Deus.
  A luz enfatiza o esplendor da glória de Deus, a sua verdade e a sua pureza.

Transição
  O Apóstolo João traça para nós o caminho correto para chegarmos até a Deus e nos mostra ainda a maneira de como permanecermos na presença de Deus.

A. Se Mantemos Comunhão Com Deus (6)
A. Mas...
1. Andarmos na trevas
2. Somos mentirosos
3. Não praticamos a verdade
B. Consequentemente:
1. Andar é a maneira de vida, o estilo de vida
2. Mentir não é somente um erro, mas uma contestação ativa da verdade, isto é, descrença (Conzelmann).
3. A exigência de que pratiquemos a verdade é baseada na luz de Deus, mentir é, portanto, uma negação desta verdade, sendo esta uma atitude anti-cristã.
C. As trevas determinam então como alguém anda. Todavia, as trevas não podem determinar o curso daqueles que andam em comunhão com Deus.

B. Se Andamos na Luz de Deus (7)
A. Nós...
1. Mantemos a comunhão com os outros (corpo de Cristo)
2. O sangue de Jesus nos purifica de todo pecado
B. Consequentemente:
1. A vida em comunhão com Deus afeta o nosso relacionamento com todos os seres humanos.
2. "A verdadeira comunhão com Deus vem através das pessoas. O amor dos irmãos é o produto do amor a Deus: comunhão com os irmãos é a prova da comunhão com Deus" (Westcott).
3. Somos purificados dos nossos pecados. O verbo no presente indica que esta é uma atividade continua de Cristo em nosso favor.
4. Esta atividade purificadora de Cristo é que mantém a nossa comunhão, caso contrário, seria impossível a convivência cristã.
C. A luz de Deus ilumina os nossos caminhos e abre a possibilidade de restauração no meio da comunidade. Pode não haver comunhão entre luz e trevas (1 Co 6.14), mas entre a luz e luz ela deve ser uma realidade.

C. Se Não Temos Pecado (8, 10)
A. Logo...
1. Nos enganamos (somos mentirosos)
2. A verdade não está em nós
3. Deus é mentiroso
4. A sua palavra não está em nós
B. Consequentemente:
1. Os leitores de João não negavam o pecado, mas sim que o princípio ativo do pecado não tinha sobre eles poder.
2. Em primeira instância, somos mentirosos e nos enganamos a nós mesmos. Em segunda instância, Deus é mentiroso, tendo em vista que a Palavra afirma que todos pecaram e separados estão da glória de Deus.
3. Assim sendo, esta pessoa não é depositária da verdade. Ela não pode conter a verdade. Lembremos que Jesus disse ser a verdade.
C. Por mais que alguém queira negar, ou colocar-se acima dos demais, afirmando não ser afetado pelo pecado, a Bíblia nos ensina que o pecado é um agente ativo que desfigura a nossa identidade.

D. Se Confessarmos os Nossos Pecados (9)
A. Compreenderemos que:
1. Deus é fiel e justo
2. Deus perdoa os nossos pecados
3. Deus nos purifica de toda injustiça
B. Consequentemente:
1. Andar na luz não é negar o pecado, mas sim confessa-lo.
2. "Aquele que confessa e condena seu próprio pecado", diz Agostinho, "já está agindo com Deus. Deus condena os pecados: se você também condená-los, então, você está unido a Deus".
3. A Bíblia mostra que Deus é fiel à sua própria natureza e às suas promessas. Ele prometeu: "Perdoarei as suas iniqüidades, e dos seus pecados jamais me lembrarei" (Jr 31.34).
3. Perdoar aqui significa cancelar o débito.
C. Sendo purificados por Deus, nós podemos dar curso às nossas vidas. Estamos livres das amarras do pecado e da culpa que ele traz.

Conclusão:
Napoleão Bonaparte certa vez afirmou que as leis foram feitas para pessoas comuns e não para pessoas como ele. Muitos acham que não podem ser afetados pelo pecado, todavia, nós vimos que o pecado tem um efeito devastador no ser humano porque ele anda longe da luz que é Deus.
William Barclay afirmou: "A essência da vida cristã é esta: primeiro, ter consciência dos nossos pecados; e então ir a Deus para ser perdoado por ele e ele pode apagar o nosso passado, e construir um novo futuro para nós".
Sim é possível ter um relacionamento com Deus!

A LIÇÃO DA BORBOLETA


Um dia, uma pequena abertura apareceu em um casulo, um homem sentou e observou a borboleta por várias horas conforme ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco. Então pareceu que ela parou de fazer qualquer progresso.
Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia, e não conseguia ir mais. Então o homem decidiu ajudar a borboleta, ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo.
A borboleta então saiu facilmente. Mas seu corpo estava murcho e era pequeno e tinha as asas amassadas. O homem continuou a observar a borboleta porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo, que iria se firmar a tempo.
Nada aconteceu! Na verdade, a borboleta passou o resto da sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar. O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar, não compreendia era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura era o modo que Deus fazia com que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas, de modo que ela estaria pronta para voar uma vez que estivesse livre do casulo.
Algumas vezes o esforço é justamente o que precisamos em nossas vidas. Se Deus nos permitisse passar através de nossas vidas sem quaisquer obstáculos, ele nos deixaria incapazes. Nós não iríamos ser tão fortes como poderíamos ter sido. Nós nunca poderíamos voar.
Eu pedi força...e Deus me deu dificuldades para me fazer forte.
Eu pedi sabedoria...e Deus me deu problemas para resolver.
Eu pedi prosperidade...e Deus me deu cérebro e músculo para trabalhar.
Eu pedi coragem...e Deus me deu perigo para superar
Eu pedi amor... e Deus me deu pessoas com problemas para ajudar
Eu pedi favores...e Deus me deu oportunidades.

A Letra Mata, mas o Espírito Vivifica

No seu contexto, esta linha de 2 Coríntios 3:6 expressa um contraste importante entre a impropriedade do sistema do Velho Testamento e a suficiência de Cristo para nos salvar do pecado. A "letra" representa o "ministério da morte, gravado com letras em pedras" que foi dado aos israelitas através de Moisés (3:7,3). O “Espírito” representa a nova aliança de Cristo, revelada através do Espírito Santo e escrita em nossos corações (3:3,4,6,8).
É uma trágica e triste ironia que alguns professores de hoje estejam arrancando este versículo de seu contexto e distorcendo seu significado tão completamente que eles negam o verdadeiro ponto que Paulo está dando no texto. Algumas pessoas, quando confrontadas com o fato que suas doutrinas e práticas humanas não são aprovadas no Novo Testamento, são tão orgulhosas ou tão cegas, que não admitem seu erro. Em vez disso, elas atiram este versículo na face daquele que está salientando a importância de obedecer Cristo e sugerem que o estudo cuidadoso da Bíblia é inútil e até perigoso, "porque a letra mata, mas o Espírito vivifica". Que blasfêmia contra a palavra de Deus!
No mesmo contexto de 2 Coríntios 3, Paulo enfatiza a importância da palavra revelada por Cristo. Ele destaca o valor da palavra de Deus (4:2), da verdade (4:2), do conhecimento da glória de Deus (4:6), da liberdade (3:17; veja João 8:32 para saber como encontramos esta liberdade), e de olhar no espelho que nos transforma (3:18; veja Tiago 1:23-25 para saber o que é este espelho).
Há ainda mais uma triste ironia com este argumento, que não deveríamos estudar a Bíblia cuidadosamente porque "a letra mata". Em minha limitada experiência, as mesmas pessoas que mais freqüentemente usam 2 Coríntios 3:6 para fugir de suas responsabilidades de obedecer alguma instrução de Cristo são as mesmas que apelam para o Velho Testamento, para defender tais práticas como o dízimo, o batismo infantil, ou a aspersão (em vez da imersão). Estas práticas não são autorizadas pelo Novo Testamento, como revelado pelo Espírito. Não temos nenhum direito para retornar à "letra" escrita em tábuas de pedra para fugir do ensinamento da nova aliança.

quarta-feira, 17 de maio de 2017

A Igreja dos Primogênitos


O Novo Testamento usa diversas descrições do povo de Deus. Coletivamente, os discípulos de Cristo são conhecidos como o corpo de Cristo, a igreja, a igreja de Deus, a igreja de Cristo, a casa de Cristo, a casa de Deus, o santuário de Deus, sacerdócio santo, etc. Uma das mais interessantes descrições se encontra em Hebreus 12:23- "...igreja dos primogênitos arrolados nos céus". Uma análise desta frase enriquecerá nosso entendimento da natureza da igreja do Senhor.
Igreja. A palavra bíblica não descreve prédios físicos, nem instituições ou organizações. Igreja vem do grego ekklesia, e descreve um grupo de pessoas "chamadas para fora". Pode descrever uma reunião não religiosa (Atos 19:32,39,41), e é freqüentemente usada para descrever o povo de Deus como um grupo. Neste sentido, pode identificar uma congregação local (1 Coríntios 1:2), uma reunião de tal congregação (1 Coríntios 14:19,28), ou a totalidade do povo de Deus (Efésios 1:22), como é usada em Hebreus 12:23.
Primogênitos. Primogênito tem o sentido do primeiro que nasceu numa família, ou de alguém que ocupa uma posição de primazia (Êxodo 4:22; Colossenses 1:15). No Velho Testamento, o primeiro filho homem recebia uma porção dobrada da herança (Deuteronômio 21:7). Todos os primogênitos, homens e animais, pertenciam ao Senhor (Números 3:13). Agora, todos que pertencem ao Senhor têm esperança de receber a herança dobrada, a vida eterna no céu (2 Timóteo 4:8; 1 Tessalonicenses 4:17).
Arrolados nos céus. Os homens gostam de fazer listas e contar as pessoas que, na opinião deles, fazem parte do povo do Senhor no mundo inteiro (compare o erro de Davi em 2 Samuel 24). Enquanto podemos identificar as pessoas numa congregação local, jamais contaremos todos os filhos de Deus. As pessoas que pertencem a Jesus são arroladas nos céus. Deixemos a contagem com Deus!

terça-feira, 16 de maio de 2017

A ignorância da verdade é desculpa para a desobediência?


Quando ele pregou aos adoradores de ídolos em Atenas, Paulo disse:  "Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância;   agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam" (Atos 17:30).  Este versículo é muitas vezes usado para sugerir que Deus não condenará aqueles que nunca ouviram o evangelho, e para desculpar as falhas dos cristãos em ensinar seus vizinhos ou levar o evangelho às áreas mais remotas.
Mas esta interpretação não atinge o intuito do versículo e contradiz outras passagens. Paulo faz uma distinção entre os pecados da ignorância cometidos no passado (antes da vinda de Cristo e do seu evangelho) e a exigência de Deus de arrependimento agora. No passado, Deus não levou em conta os tempos da ignorância. Agora, ele exige que todos os homens, em toda parte, se arrependam. Consideremos algumas outras passagens para esclarecer este ponto.
Pedro disse que os judeus mataram Jesus por ignorância (Atos 3:17). Será que isso significava que eles poderiam ser salvos sem obedecer ao evangelho? Certamente não. Ele lhes disse que se arrependessem e se convertessem para cancelar seus pecados (Atos 3:19).
Paulo descreveu-se como o maior dos pecadores (1 Timóteo 1:15), apesar de que agiu em boa consciência (Atos 23:1) e por ignorância (1 Timóteo 1:13). Ele diz que recebeu a misericórdia de Deus por causa de sua ignorância. Isto significa que ele foi salvo sem ouvir e obedecer ao evangelho?  Claro que não. Ele teve que conhecer a Cristo, crer nele, e ser batizado para remissão dos seus pecados (1 Timóteo 1:14-16; Atos 22:16).
Em 2 Tessalonicenses 1:8, Paulo disse que Jesus punirá eternamente aqueles que "não conhecem a Deus" e aqueles "que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus". A ignorância não é defesa. Aqueles que pecam, mesmo que nunca ouçam o evangelho, estão condenados por causa de seu pecado. Os cristãos que compreendem esse fato verão a maior urgência de nosso trabalho de espalhar o evangelho. Deus "é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento" (2 Pedro 3:9).