quinta-feira, 2 de maio de 2013

Que oferta?




O interesse pelo dinheiro do pobre tem sido passado de geração à geração das pessoas que estão no poder. Interessante que é o pobre que tem pouco dinheiro mas tem servido às mesas de muitos poderosos.
Na igreja infelizmente não é diferente, houve quem estivesse na liderança e oprimisse os menos favorecidos em troca de se manter no poder e de riqueza, não foram todos, mas foram muitos. Isso não quer dizer obviamente que a religião é má ou que ela deveria ser extirpada do mundo, é a mesma coisa que acabar com a nação porque todos os governantes foram corruptos.
Não se deve julgar a religião pelos líderes maus que ela possui, mas pelo seu conteúdo e também pela sua proposta, se tanto o seu conteúdo (suas exigências) quando suas propostas estiverem levando seus seguidores à prática de injustiça, pode-se dizer que tal religião é má, caso contrário não.
Sendo assim analisemos a religião cristã. Quem foi o seu fundador? Quais os seus princípios? Qual a sua proposta? Creio que sendo eu um cristão eu possa estar sendo parcial e também pelo fato de não ser alguém com um grau tão elevado no que se refere ao nível teológico e minha análise pode não ser tão profunda quanto deveria ou poderia. Sendo assim, o melhor caminho é basear-se na Bíblia, pois um dos princípios da Reforma Protestante é Sola Scriptura. Este princípio diz que só a Bíblia tem a primazia, ou seja, em qualquer questão a Bíblia deve ser consultada, e em qualquer dúvida a ultima palavra é da Bíblia.
A Bíblia apresenta Jesus como a base para todo o cristianismo, sendo assim deve-se perguntar antes de mais nada: Quem foi Jesus? O que ele fez?
O evangelista João diz no final de seu livro que Jesus fez muitas coisas e se fosse para escrever tudo que ele fez não haveria espaço suficiente para os livros que seriam escritos. Sendo assim, é preciso analisar o que ele fez de uma forma geral. Certa vez João Batista enviou discípulos seus para perguntarem a Jesus se ele era mesmo o Cristo que eles estavam esperando ou se eles deveriam esperar outro. A resposta de Jesus foi para eles olharem o que ele estava fazendo: os cegos vêem, os aleijados andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e as boas novas são pregadas aos pobres (Lc 7.22). A atividade de Jesus constituía basicamente de assistência a quem tinha necessidade, assistência de verdade (não confunda com assistencialismo), ele pregava o que as pessoas precisavam ouvir, ele fazia o que era necessário em cada situação, sendo ele o filho de Deus ele tinha uma lista maior de atribuições, como curar doentes e ressuscitar mortos. É verdade que há muitos aí dizendo que fazem essas coisas, mas prefiro tomar Jesus como exemplo porque quando o examinaram para crucificá-lo não acharam nada que o condenasse, diferente de alguns fazedores de milagres modernos.
Além da atitude correta em relação a cada um Jesus ainda era e é o Filho de Deus. Muitos lembram apenas de sua morte usando um crucifixo no pescoço, outros usam apenas por usar sem se dar conta do significado. Mas mesmo os que usam por lembrarem da morte de Jesus se esquecem de olhar para Jesus vivo, o mesmo que andou entre os homens por 30 anos, que teve um ministério de 3 anos baseado na doação de si mesmo. É bom lembrar essas coisas, porque a atitude que Jesus quer de nós ele ensinou enquanto estava vivo e não depois de sua morte.
Qual a oferta então que é aceitável de nossa parte? Jesus quando falou de ser entregue às autoridades e morrer ele foi interrompido por Pedro que disse que morreria por ele, Jesus então condena a atitude de Pedro porque este não tinha entendido o que Jesus queria, sendo assim a pergunta permanece: qual a oferta que devemos dar a Deus? A resposta é: a própria vida em favor de Sua causa. Jesus não queria que Pedro morresse por ele, mas queria que ele desse sua vida pelo povo. Hoje podemos dar nossa vida pelo nosso próximo também, é uma oportunidade que cada um tem, é uma possibilidade que ainda existe.
A doação de si mesmo não deve se resumir a 10% do salário no cofre da igreja, deve ser muito mais, esta oferta não se refere apenas a dinheiro, se refere a entender que nossa vida e tudo que possuímos pertence a Deus e que o mínimo que podemos fazer é tudo que estiver a nosso alcance. Que Deus nos leve a doar cada vez mais do que temos (inclusive tempo).

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