terça-feira, 28 de maio de 2013

O Início das Preocupações

João 16.16-18

 “Mais um pouco e já não me verão; um pouco mais, e me verão de novo”.
 Alguns dos seus discípulos disseram uns aos outros: “O que ele quer dizer com isso: ‘Mais um pouco e não me verão’; e ‘um pouco mais e me verão de novo’, e ‘porque vou para o Pai’?”  E perguntavam: “Que quer dizer ‘um pouco mais’? Não entendemos o que ele está dizendo”.

Jesus está diante do inicio da preocupação dos discípulos, eles que até agora tinham estado de certa forma atribulados com várias coisas, mas, estavam (de algum jeito) tranqüilos porque Jesus estava com eles. A (real) preocupação deles começou quando Jesus anunciou sua partida, ele diz que vai deixá-los e isso deve ter causado assombro para os discípulos.
Jesus os confortou com a promessa do Espírito Santo, e, feito isso, passou a falar sobre sua ausência e porque isso seria bom para os discípulos, Jesus é o supremo bem e tudo que ele fez e continua fazendo é para o nosso bem, mesmo que ocasionalmente e temporariamente seja algo que não nos cause prazer.
A verdade é que da parte de Deus e o que depende de Deus está tudo bom e perfeito, Deus sempre sabe o que fazer e de fato ele faz o que precisa ser feito no tempo que precisa ser feito.
Por outro lado há um problema grave, pois os discípulos (assim como nós) não entenderam o que ele dizia a eles, eles não compreenderam nem o sentido da morte de Jesus e muito menos o bem que lhes faria a vinda do Espírito Santo. Eles não compreenderam que para que os nossos pecados fossem cravados na cruz Jesus também precisaria ser cravado nela, eles não entenderam que Jesus veio com uma missão que deveria terminar com sua morte e conseqüente ressurreição, enfim, eles não compreenderam nada a respeito da morte de Jesus e muito menos sobre como seria a vinda do Espírito Santo.
A falta de entendimento dos discípulos causou neles o que causa em qualquer ser humano: eles começaram a reclamar e murmurar e provavelmente pensaram que Jesus é quem não estava compreendendo as coisas.
Penso que algum dos discípulos estivesse até com a intenção de ir dar um toque em Jesus pra explicar que a morte é o fim de tudo, que quando alguém morre não faz mais nada. Eles talvez pensassem que o entendimento de Jesus não estivesse tão esclarecido mais, que Jesus não estivesse com suas capacidades tão certas mais.
Na verdade somos assim com o que não entendemos, temos esse problema de não ver nossa incapacidade, de pensar que o outro é quem não está raciocinando bem. Jesus por outro lado está muito acima de nós, em Isaías 55 Deus diz ao profeta que os seus caminhos não são os nossos caminhos e nem os seus pensamentos são os nossos pensamentos, pois ambos estão muito acima do que qualquer pessoa possa almejar ou conquistar.
Os discípulos estavam vendo isso na prática, pois Jesus estava ali ensinando e dizendo coisas que eles precisavam ouvir, que os ajudaria no tempo que estava chegando. Na verdade as coisas não devem ser fáceis para quem quer seguir a Cristo, porque seguir a Cristo é sempre andar na contra-mão, é ir contra coisas que o mundo acha normal, é recusar fazer o que não é certo mesmo quando o mundo inteiro estiver fazendo, é dizer não quando todos dizem sim, etc.
Jesus estava ali falando para eles enquanto eles não queriam acreditar no que estavam ouvindo. Eles obviamente esperavam que Jesus ficasse ali e instituísse algo (a Igreja Pentecostal de Jesus?), que continuasse com eles até ficar velhinho e morrer farto de dias. Eles não queriam estar numa sociedade que os odiasse sem a proteção de Jesus.
Mas Jesus vê mais longe que nós e consegue manter firme o olhar para que aquilo que ele designou desde o principio. Era necessário que ele os deixasse por um tempo, era necessário que eles passassem algumas dificuldades (prisão, açoites, humilhações a nível social, cultural e psicológico, etc.) para amadurecerem.
Cristãos sofrem hoje em dia, qualquer que quiser carregar a cruz de Cristo de verdade terá que sofrer muitas coisas, mas há de se reconhecer que aqueles crentes sofreram um pouco mais. Há de se reconhecer também que não podemos comparar qualquer dificuldade da vida que temos com a glória da nova Jerusalém, assim como não podemos reclamar de qualquer dificuldade visto que a cruz foi uma dificuldade um pouco maior...

Que Deus nos abençoe para que reconheçamos sua grandeza, tanto o seu conhecimento e sabedoria como a obra que ele vai realizar.

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