quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

E a Verdade os Libertará!

João 8.31-36
31 Disse Jesus aos judeus que haviam crido nele: “Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. 32 E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”.
33 Eles lhe responderam: “Somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como você pode dizer que seremos livres?”
34 Jesus respondeu: “Digo-lhes a verdade: Todo aquele que vive pecando é escravo do pecado. 35 O escravo não tem lugar permanente na família, mas o filho pertence a ela para sempre. 36 Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres. (NVI)


Jesus acabara de receber novos adeptos, o versículo 30 diz que muitos creram em Jesus, sendo assim, Jesus podia já ficar feliz.
Era como um final de culto onde houve apelo e muitos levantaram a mão, o pastor manda alguém pegar os nomes e logo haverão muitos batismos e a igreja vai ter novos membros, isso sem falar no relatório pastoral que vai estar recheado. Todo mundo sai feliz.
Jesus é diferente dos pastores que estão por aí, ele não se dá por vencido quando muitos o abandonam, mas não se dá por vencedor quando muitos dizem crer em suas palavras.
Jesus não está preocupado em ter um numero grande de ouvintes, ele quer discípulos, pessoas que estejam dispostos a fazer mais do que dizer “sim” as suas palavras. Sendo assim, não basta aceitar suas palavras, é preciso seguir seus passos, Jesus anuncia uma importante e impactante frase (Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos). Uma frase antiga diz: "não basta ser pai, tem que participar!” aplicado a Jesus, este dito ficaria assim: “não basta dizer sim, tem que seguir!”
Suas palavras são diretas e dificilmente algum pastor atualmente fala algo assim, pois dizer isso é correr o risco de perder adeptos, e ninguém quer isso, eu vejo pastores reclamando de membros de suas igrejas que dão trabalho, mas eles não estão dispostos a dispensar suas ovelhas trabalhosas, isso diminui a receita da igreja, da descontentamento em muita gente, da mais trabalho se livrar de ovelha ruim do que agüentar as mesmas. A opção menos trabalhosa é sempre a escolhida.
Jesus anuncia isso na frente dos fariseus, que acabaram de perder adeptos para ele, e ainda completa com a frase famosa: “E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará!”
Jesus viu aquelas pessoas saindo de um sistema opressor para integrarem a nova vida que ele oferece, ele os chamara para caminharem no novo êxodo que ele propusera, sendo assim algo precisava ser acrescentado às mentes que tão tinham a completa noção do que acabaram de fazer, sendo assim Jesus anuncia  sua liberdade, eles não precisavam mais ser oprimidos, não precisavam mais ser escravos de um sistema que era bom para os que estavam no poder.
Com Jesus não temos que estar presos a qualquer coisa, ele nos oferece liberdade, não somente no que se refere a ir e vir, mas também liberdade intelectual, filosófica (seja lá o que isso quer dizer) ou psicológica. Suas palavras são a verdade e a verdade nos torna livres.
De quem somos escravos? Esta pergunta fez eco na cabeça dos fariseus, no exato momento em que Jesus disse a frase acima. Afinal, só precisa de liberdade quem é escravo, eles serviam ao império romano naquele exato momento, mas sua mente hipócrita não admitia isso, sendo assim o convite de Jesus à liberdade fez muito sentido, mas eles sempre batiam no peito para afirmar a linhagem de Abraão (que provavelmente nem tinham) não poderiam admitir que não eram homens livres. Eles mantinham outros em rédeas, não poderiam admitir que eram escravos.
Jesus apresenta a seus seguidores a beleza da opção que eles fizeram: a liberdade. Interessante que a igreja hoje abandonou esta mesma liberdade, no lugar de gozar a liberdade ela prefere dizer que é livre, e para gozar dessa tal liberdade ela se prende em vários sistemas (doutrinários, teológicos, constitucionais, etc).
Jesus mostra a impossibilidade da afirmação dos fariseus em dizer que eram livres afirmando que na vida (cheia de pecados) que eles tinham e propunham não havia liberdade, pois quem peca, é escravo do pecado, e quem é escravo não vive em liberdade. Há portanto dois caminhos a seguir, seguir os dirigentes do templo (escravidão) ou seguir Jesus (liberdade).
Com suas palavras, Jesus não somente reafirma a opressão do templo, mas a mentira que era a vida da forma como os religiosos propunham, pois a verdade acabara de libertar vários oprimidos, e de que a verdade liberta?
Os judeus afirmaram serem descendentes de Abraão. É importante lembrar que o simples fato de ser filho de Abraão não indica liberdade. Abraão tinha dois filhos, Ismael, filho da escrava e Isaque, filho da promessa. Seguir Jesus, a palavra/promessa tornou aqueles homens filhos de Deus, algo que realmente os habilitou a bater no peito por alguma coisa, porém, eles nada disseram.
Ser descendente da escrava faz da igreja uma descendente de Abraão, mas a mantém como escrava da mesma forma. É preciso então gozar da liberdade que Cristo propõe, deve-se aderir a Cristo, não ao sistema.
Sendo assim Jesus lança mão do convite à vida verdadeira e mostra como é impossível para quem não é seu discípulo viver essa vida, temos hoje muitas escolhas, mas apenas uma é crucial: a quem seguir. Todos fazemos essa escolha, ainda que muitos afirmem nunca ter feito esta escolha, ainda que muitos morram afirmando que não fizeram escolha alguma, a verdade é que nascemos como seguidores do sistema opressor quando não escolhemos outra coisa, permanecemos seguidores desse sistema.
O convite de Cristo não permaneceu somente para aqueles homens do passado, a vida verdadeira (possível somente para quem segue a Cristo) continua sendo possível e a decisão de seguir a Cristo tem a mesma urgente necessidade de ser efetivada na vida de todos e qualquer um pode fazer essa decisão. Termino este texto com a seguinte e importante pergunta: você já tomou essa decisão?

Um comentário:

  1. O metal discípulos tem influencias do movimento “Jesus Freaks” ? Muitos adotam este nome apesar de ser considerado com tom pejorativo por alguns. Daí surge a pergunta.

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